“A esmagadora maioria dos médicos dentistas que trabalham nos centros de saúde, cerca de 80%, trabalha a recibos verdes e apenas 20% estão já integrados nos quadros do Estado como técnicos superiores do regime geral”, lê-se na edição desta sexta-feira, 19 de agosto, do jornal Público. Na prática, significa que, alerta o bastonário, mais de 120 profissionais estão em situações “precárias”, “alguns há mais de 30 anos”.

Em declarações ao jornal, Miguel Pavão constata que o Governo “usou desde o início a saúde oral como bandeira eleitoral, mas depois a priorização ficou muito arrefecida”. “Há muitas lacunas de base e uma delas é a carreira. Enquanto ela não existir, há um grande problema: a fraca atratividade dos médicos dentistas para o SNS”, prossegue.

Por outro lado, sustenta, para resolver problemas “estruturais” da medicina dentária no SNS, será necessária uma “visão a longo prazo” e não “medidas soltas que criam uma manta de retalhos”.

Manuel Nunes, tesoureiro da OMD e presidente da APOMED (Associação Portuguesa dos Médicos Dentistas do Serviço Público), nota ainda que a ausência de uma carreira coloca estes profissionais num cenário de ilegalidade. “Estamos integrados na carreira geral de técnicos superiores ou como prestadores de serviços, através de empresas de trabalho temporário. É uma carreira meramente administrativa que nada tem que ver com o nosso trabalho“, frisa.

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