A Assembleia Mundial da Saúde aprovou uma resolução histórica sobre a saúde oral. Pela primeira vez, os membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) anuíram que a saúde oral deve integrar a agenda das doenças não transmissíveis e que as políticas desenvolvidas neste âmbito devem ser incluídas nos programas de cobertura universal de saúde.

A resolução reconhece o impacto global das doenças orais e a sua correlação com outras patologias. Assim, os países da OMS comprometem-se a sensibilizar as populações para os fatores de risco associados a uma má saúde da boca e a adotar uma abordagem preventiva ao invés da tradicional curativa. Para alcançar estas metas de prevenção será necessário envolver todos os agentes da sociedade, desde as famílias e as escolas, passando pelos locais de trabalho e pela inclusão da saúde oral, de forma abrangente e inclusiva, nos cuidados de saúde primários.

Por outro lado, durante a Assembleia, a OMS foi desafiada a desenvolver, até 2022, uma estratégia global e um plano de ação em saúde oral, que estabeleça metas para 2030. A Organização Mundial da Saúde deverá relatar os avanços e resultados alcançados até 2031, integrando-os no relatório sobre doenças não transmissíveis.

O projeto de plano de ação está disponível no site da OMS na secção “Global strategy on tackling oral diseases” (site externo). Até 17 de setembro, a sociedade civil pode enviar contributos para o documento. Posteriormente, o projeto de plano ação final será apresentado na reunião da OMS de finais de janeiro de 2022.

A Federação Dentária Internacional (FDI) já destacou a importância do plano de ação que a OMS está a preparar, “fortemente alinhado” com a estratégia global que a própria FDI já apresentou no documento Vision 2030: Delivering Optimal Oral Health for All (site externo). Este relatório identifica os desafios que a medicina dentária e os seus profissionais enfrentarão na próxima década e propõe estratégias em como podem ser transformados em oportunidades para melhorar a saúde oral, assim como reduzir as desigualdades na saúde oral e reduzir a incidência das doenças orais.