A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) tem 11 640 profissionais com inscrição ativa, o que significa que existe um médico dentista por cada 884 habitantes. A recomendação da Organização Mundial da Saúde é de um médico dentista por 2 mil habitantes.

No ano passado, o número de médicos dentistas aumentou 3,8%, ou 513, face a 2019, ano em que entraram para a OMD 750 novos membros.

São dados revelados pelo estudo “Números da Ordem”, realizado pela OMD e que reflete os grandes números, estimativas e tendências da profissão.

O crescimento de médicos dentistas tem sido constante nos últimos anos, ainda que tenha abrandado em 2020 para o valor mais baixo em mais de uma década. Em 2010, havia perto de 7 mil médicos dentistas inscritos na Ordem, ou seja, em dez anos registou-se um aumento de mais de 66%.

Miguel Pavão, bastonário da OMD, avisa que “há uma saturação muito grande no mercado de trabalho. Portugal não tem capacidade para dar emprego digno a tantos médicos dentistas. A emigração é, infelizmente, a opção mais viável para os médicos dentistas mais jovens. É preciso alertar as gerações mais novas e respetivas famílias para esta realidade. Para além do excesso de profissionais, acresce que grande parte da população portuguesa tem dificuldade em aceder a cuidados de saúde oral por falta de capacidade económica. O programa cheque-dentista ou o projeto-piloto de médicos dentistas nos centros de saúde, apenas respondem a uma parte ínfima da população e deixam de fora a grande maioria dos portugueses”.

Há cada vez mais mulheres a exercer medicina dentária e, no ano passado, a taxa de feminização da profissão atingiu os 61%. A média de idades subiu ligeiramente, para os 40 anos. Perto de 90% dos inscritos na OMD têm nacionalidade portuguesa. O Brasil tem o maior contingente de médicos dentistas (583) a exercer em Portugal, seguido de Itália (242) e Espanha (171).

Na distribuição geográfica dos médicos dentistas continua a existir uma grande discrepância entre regiões.

Os locais com menos médicos dentistas com inscrição ativa por habitante são o Baixo Alentejo e o Alentejo Litoral, com um rácio população/médico dentista superior a 2.000.

No extremo oposto, as regiões com um menor rácio de número de habitantes por médico dentista com inscrição ativa são a Área Metropolitana do Porto (615), seguida das regiões de Viseu Dão-Lafões, Coimbra, Terras de Trás-os-Montes, Cávado e Área Metropolitana de Lisboa, regiões que ficam aquém do rácio de média nacional.

Há 3.771 estudantes inscritos nos sete mestrados integrados de medicina dentária existentes em Portugal e, destes, 1.454 (39%) são estrangeiros. O número de alunos estrangeiros tem vindo a crescer de forma consistente e mais do que triplicou desde 2015.

Os estudantes oriundos de França são os mais numerosos (733), seguidos dos italianos (255) e dos espanhóis (188).

A emigração também continua a crescer entre os médicos dentistas. O número de médicos dentistas com inscrição suspensa na Ordem aumentou no ano passado (95 ou 5,7%) para 1.770. No total, 12,5% dos médicos dentistas têm a inscrição suspensa. Destes, a larguíssima maioria suspendeu a inscrição porque emigrou.

A média de idades dos médicos dentistas com inscrição suspensa subiu para os 42 anos. Contudo, é de salientar que 55% dos membros suspensos têm menos de 41 anos.

França ultrapassou o Reino Unido como principal destino de trabalho para os médicos dentistas portugueses.

Consulte o estudo Números da Ordem 2020/2021.

 

Declarações no bastonário na Antena 1 (25 maio 2021):

 

Declarações no bastonário na TSF (25 maio 2021):

 

Os Números da Ordem na comunicação social: