Estimadas e estimados colegas,

Na sequência da decisão do Senhor Presidente da nossa Assembleia Geral, João Caramês, recentemente anunciada, de suspender o processo eleitoral e adiar a data das eleições para o próximo dia 12 de setembro, entendo comunicar-vos o seguinte:

 

A decisão, que tem o meu total apoio e o do Senhor Presidente do Conselho Geral, foi excecional, como absolutamente excecional é o momento que estamos a viver.

As palavras que o Senhor Presidente da República nos dirigiu, a mim e ao colega Paulo Ribeiro de Melo, em audiência recentemente concedida, quando o assunto foi aventado, enquanto chefe de Estado e, sobretudo, como professor de direito e amigo da nossa Ordem, foram bem claras e estou autorizado a torná-las públicas:

“As eleições na Ordem dos Médicos Dentistas não têm condições para ser realizadas e devem ser adiadas.”

A nossa Ordem tem prestado uma resposta inexcedível, do que dela depende, na proteção do público e dos médicos dentistas, no que respeita à pandemia da COVID-19.

Nas orientações que tem disseminado.

Nos contactos com os colegas.

Na forma que encontrou de, à distância, responder a todas ou praticamente todas as solicitações que nos foram dirigidas pelos colegas e que de nós dependiam.

Na sensibilização dos decisores políticos, na divulgação das nossas preocupações, necessidades e anseios, junto da comunicação social e da opinião pública.

Tudo isto num momento particularmente difícil, nunca antes vivido, desde que a moderna profissão surgiu, em 1840 nos Estados Unidos.

Colegas,

Para além de exaltar uma vez mais o elevado espírito cívico da esmagadora maioria dos médicos dentistas, não posso deixar de destacar o papel desempenhado, até à data, pelos órgãos sociais e grupos de trabalho, e a outro nível, o staff da Ordem, os seus colaboradores, atentos dia e noite, presencialmente ou em casa, muito para além daquilo que seria o seu dever.

Temos toda uma atividade, uma profissão, uma classe, afetados pela pandemia, sim, mas orientados, focados e prontos a retomar a atividade quando tal se revelar possível, seguro e adequado.

Colegas,

Quero comunicar que continuarei com as minhas equipas até ao dia 12 de setembro e à tomada de posse dos órgãos sociais a eleger, a emprestar toda a minha experiência, todo o meu saber acumulado, ao longo de cerca de 20 anos, a nível nacional e internacional, para ajudar a profissão e os médicos dentistas a ultrapassar o momento difícil que atravessamos.

Como, aliás, sempre fiz.

E o melhor serviço que posso nesta fase prestar é estar absolutamente focado no meu trabalho e no exercício das funções de bastonário da Ordem até essa data.

Nestes termos, mais comunico a minha decisão de não me recandidatar a bastonário nas próximas eleições da nossa Ordem remarcadas para o próximo dia 12 de setembro.

Coragem, determinação e sucesso são os votos que formulo!

Com os melhores cumprimentos,
Orlando Monteiro da Silva, médico dentista
Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas