A evolução da epidemia COVID-19 em Portugal está a levar à adoção de medidas de prevenção e contenção da transmissão da doença. As zonas do país que registam uma maior incidência de número de casos estão neste momento a elevar o grau de risco e a alterar procedimentos.
Nas localidades identificadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS) como tendo maior risco (até à data, 9 de março de 2020, Felgueiras e Lousada), os médicos dentistas devem adotar, para além dos procedimentos anteriormente divulgados, os que agora atualizamos.
Por conseguinte, a OMD recomenda que nos consultórios de medicina dentária localizados nas regiões identificadas pela DGS como sendo de risco máximo ou maior risco sejam adotados os seguintes procedimentos:
- No caso de consultas já marcadas, proceder a uma triagem prévia, através de chamada telefónica, para aferir junto do paciente se apresenta sintomas compatíveis com o COVID-19 (febre, ainda que modesta; tosse; espirros; conjuntivite; diarreia; rinite), se esteve em viagem ou em contacto com pessoas provenientes de países de risco máximo.
- No caso de identificar pacientes com sintomas compatíveis com COVID-19, tentar adiar a consulta, se não for situação de urgência.
- Usar dois pares de luvas e duas máscaras cirúrgicas (trocadas sempre por paciente).
- Retirar da sala de espera revistas, folhetos e outros objetos que possam ser manuseados por várias pessoas.
- Gerir as marcações de forma a evitar ter vários utentes em sala de espera (preferencialmente, não ter mais de duas pessoas nesse espaço).
- Informar os utentes sobre as medidas de segurança, em particular manter uma distância de cerca de 1,5 metros, lavar as mãos antes de entrar no consultório e não entrar com as peças de roupa que vão retirar.
- Antes da consulta, o paciente deve bochechar por 30 segundos com peróxido de hidrogénio a 1% (COVID-19 é vulnerável à oxidação) ou iodopovidona a 0,2%.
- Caso se trate de uma consulta urgente e o paciente apresente sintomas, o médico dentista e equipa devem adotar as seguintes medidas:
- Touca e bata cirúrgica descartável;
- Máscara do tipo FFP2;
- Restantes procedimentos preventivos divulgados pela DGS.
Para os profissionais que não se encontram nas zonas identificadas pela DGS de risco máximo ou maior risco, a OMD recomenda a adoção das medidas preventivas universais divulgadas pela Organização Mundial da Saúde:
- Utilizar a aspiração cirúrgica para diminuir a disseminação de aerossóis.
- Após cada consulta, limpar e desinfetar imediatamente todas as superfícies e ambiente de trabalho.
- As superfícies mais expostas devem ser protegidas com barreiras descartáveis.
- Fazer renovação do ar das salas com frequência.
- Ter precauções redobradas no manuseamento de modelos e moldes, assegurando a sua efetiva desinfeção.
- Seguir escrupulosamente todos os procedimentos universais de esterilização e desinfeção.
- Usar máscaras com válvula FFP2 ou, em caso de continuar a usar as máscaras habituais, trocá-la a cada duas horas para evitar a perda de eficácia.
- Reforçar o uso de batas, luvas e proteção ocular.
- Lavar cuidadosamente as mãos antes e depois de tratar os doentes.
- Adotar medidas de etiqueta respiratória (tapar o nariz e a boca quando espirrar ou tossir – com lenço de papel ou com o cotovelo, nunca com as mãos; deitar sempre o lenço de papel no lixo).
- Evitar os contactos interpessoais de proximidade.
Para informação atualizada sobre o assunto, a OMD aconselha a consulta do microsite da DGS, acessível em www.dgs.pt/corona-virus.aspx. Nesta área, os profissionais de saúde encontram informação sobre as novas orientações e a evolução da situação portuguesa e internacional, assim como materiais de divulgação com as recomendações das entidades de saúde junto dos doentes.
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