A recente edição do semanário Expresso publica uma reportagem alargada sobre a medicina dentária em Portugal, na qual destaca os dados do Barómetro da Saúde Oral 2019.

Em “Sorria, se tiver dentes…” (site Expresso), a formação, os rácios da Organização Mundial de Saúde (OMS) e o fluxo migratório destes profissionais são alguns dos temas abordados com o bastonário da OMD.

Para Orlando Monteiro da Silva, “temos que ser capazes de proporcionar em Portugal aos médicos dentistas que o queiram, e sublinho, que o queiram, condições dignas em termos de condições de exercício da profissão, nomeadamente remuneratórias, para os fixar”. Quanto às possíveis consequências da saída do Reino Unido da União Europeia, o responsável acredita que, “em termos práticos”, serão “poucas ou nenhumas”. Em causa está a conclusão do estudo da OMD, no qual o Reino Unido continua a liderar as preferências migratórias, seguindo-se a França. “O Reino Unido precisa de médicos dentistas. Os médicos dentistas portugueses têm um reconhecimento automático das suas qualificações e não me parece que isto se venha a alterar no substancial”, considera.

A reportagem aborda também o crescimento do número de estudantes estrangeiros nas faculdades de medicina dentária portuguesas, que aumentou 37,5%. Orlando Monteiro da Silva considera “saudável que as faculdades portuguesas, que tenham condições para tal, procurem atrair estudantes de outros países”. É uma forma de aliviar “a formação de médicos dentistas portugueses, num mercado de trabalho que em Portugal, embora com focos de má distribuição entre litoral e interior/periferias, está com excesso de médicos dentistas face à procura existente”.
Aproveitar a rede do setor privado

Num outro artigo publicado na edição impressa, o Expresso faz o balanço da medida governamental de inserção da oferta dentária nos cuidados de saúde primários.

Na reportagem “SNS vai continuar sem oferta dentária e oftalmológica” (site Expresso), o Expresso falou com o economista de saúde Pedro Pita Barros, que corrobora a opinião do bastonário da OMD. Orlando Monteiro da Silva defende que “uma política de saúde pública não pode ter restrições por questões ideológicas. Devemos manter o SNS mas também ir ao privado, de forma regulada, buscar os cuidados de que a população precisa”. Consulte o PDF do artigo.

Na opinião de Pedro Pita Barros, “o crescimento da oferta pública via SNS ficou sucessivamente subalternizado por outras áreas” e “é mais rápido aproveitar as redes no setor privado do que duplicar a capacidade”. Por outro lado, explica o economista ao semanário, “se as relações contratuais forem bem elaboradas, será também mais barato, por evitar a duplicação; isto não impede que o setor público tenha de investir se houver zonas desprotegidas pela rede privada”.

O Expresso denuncia ainda a questão da carreira de médico dentista no SNS, que aguarda resposta do Ministério das Finanças há dois anos, e destaca as opções disponíveis no setor público. Nomeadamente o cheque-dentista, cuja cobertura, explica o bastonário “é muito restrita” e nos casos das crianças, jovens e grávidas, discriminatória, pois exclui quem recorre ao setor privado.

As reportagens podem ser lidas na íntegra na edição em papel e online do semanário Expresso.