Orlando Monteiro da Silva participou no painel dedicado à saúde das Jornadas Parlamentares CDS/PP. Estiveram presentes os deputados do CDS/ PP e a Presidente do Partido, Assunção Cristas.
Participaram também a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, e o presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos, António Araújo, no Porto, a 4 de junho.
No âmbito da medicina dentária, Orlando Monteiro da Silva abordou dois problemas: a falta de acesso de grande parte da população aos cuidados de saúde oral, com uma uma profissão “quase orientada exclusivamente para a prática liberal”, financiada por pagamentos diretos das pessoas o que penaliza grande parte dos portugueses. É preciso investimento público no setor privado da medicina dentária, concluiu.
O bastonário referiu que, nos últimos anos, o Governo deu início à inserção de cuidados de medicina dentária no SNS, “uma experiência interessante, que acompanha outras existentes”, mas que tem fatores menos positivos. Desde logo, a ausência de uma carreira de medicina dentária.
“Os médicos dentistas são contratados por empresas prestadoras de serviços, em condições obsoletas”, com a agravante de que “os centros de saúde mudam de profissionais todos os anos”. “Criar uma carreira” é, por isso, “fundamental”.
Orlando Monteiro da Silva explicou que a qualidade da formação académica nacional não é suficiente para reter talentos e verifica-se que as faculdades estão já “a investir na atração de estudantes de outras nacionalidades”. Cerca de 35% dos nossos estudantes são já estrangeiros, franceses, espanhóis, italianos, de entre outros.
No que toca a visão da OMD em relação à saúde, o responsável lembrou que “esquecemo-nos de ver o sistema no todo”, no qual o setor “privado tem um papel importante, e vai continuar a ter, na prestação de cuidados de saúde, sobretudo preventivos e de reabilitação, e no acesso da população à saúde”.
“O Estado deve servir para regular, que está a fazer de forma deficiente a vários níveis, e para financiar, que também está a fazer de forma deficiente, não sei se por défice ou por má distribuição de recursos”, constatou.
Por fim, explicou, “há muitas formas de complementar o acesso à saúde sem ser exclusivamente pelo SNS”. Deu como exemplo o cheque-dentista, uma “experiência interessante de parceria público-privada”, que “poderia ser alargada a outras áreas, aproveitando a capacidade instalada no privado”. “A combinação destas abordagens pode melhorar o acesso a cuidados de saúde”, concluiu Orlando Monteiro da Silva.