Os dados do barómetro de Saúde Oral, elaborado pela consultora QSP para a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), revelam que 41,7% dos habitantes da Beira Interior só vão a consultas de medicina dentária em caso de urgência ou dor, um número que compara com os 21,8% registados a nível nacional.

Outro dado relevante do barómetro é que 75% dos inquiridos na região afirmam que não consultam um médico dentista porque não precisam, face aos 44,5% no resto do país. Na Beira Interior, 25% afirma que não tem problemas dos dentes, quase mais 10% que a média do país.

A nível nacional 43,1% dos inquiridos admitem que nos últimos 12 meses sentiram-se envergonhados com a aparência dos seus dentes, mas na Beira Interior esse valor é de 0%.

No entanto, metade dos habitantes da Beira Interior faltou ao trabalho ou à escola nos últimos 12 meses por problemas de saúde oral, enquanto no resto do país a percentagem é de 31,9%. Na Beira Interior 63,9% dos habitantes já sentiu dores de dentes e/ou nas gengivas, enquanto a média nacional atinge 56,7%. E se na média nacional, 42,8% alega que tem falta de dinheiro, na Beira Interior este número cai para 25%.

Covilhã recebeu a 7 de julho o sexto Encontro com a Ordem, que decorreu na Câmara Municipal da Covilhã. Consulte a galeria de fotos do evento e assista ao vídeo do Encontro com a Ordem na Covilhã.

Os médicos dentistas da Beira Interior deslocaram-se à Câmara Municipal da Covilhã.

O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, salienta outras conclusões do barómetro, “em Portugal, 29,8% da população tem falta de mais de seis dentes, mas na Beira Interior a percentagem sobe para 41,7%. O número de desdentados totais também é maior na Beira Interior cerca de 2% para um total na região de 8,3%. Esta discrepância pode ser explicada pela forma como os habitantes da Beira Interior olham para a saúde oral. As consultas regulares são essenciais para garantir uma boa saúde oral, ir apenas em caso de dor tem consequências e resulta muitas vezes em extrações dentárias que podem ser evitadas se as doenças forem detetadas atempadamente”.

Na Beira Interior, 34,3% afirma ter diminuído no último ano as suas deslocações ao médico dentista, mais do dobro da média nacional de 13,9%.

Um quarto dos inquiridos na Beira Interior alega não querer gastar dinheiro com médicos dentistas, um valor muito superior aos 4,2% registados a nível nacional.
Em Portugal 35,2% vai ao médico dentista uma vez por ano, mas na Beira Interior esse o número desce para 19,4%.

Ainda a nível nacional, a principal razão para ir a uma consulta de medicina dentária é a visita regular para limpeza/higienização, apontada por 22,9% dos inquiridos. Na Beira Interior o motivo mais apontado, por 25,7% dos que responderam ao barómetro, é a dor de dentes.

97,8% dos portugueses escovam os dentes pelo menos uma vez por dia; na Beira Interior fazem-no 94,4% dos habitantes.

Existem 210 médicos na região e 91% dos habitantes da Beira Interior está a menos de meia hora de distância de um consultório ou clinica de medicina dentária, valor semelhante ao resto do país.

De sublinhar ainda que 74,3% dos inquiridos estão muito satisfeitos com o seu médico dentista, contra 37,7% a nível nacional.

 

A presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, com o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva.
Orlando Monteiro da Silva, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas.
Vítor Pereira, presidente da Câmara da Covilhã.