Nos últimos 12 meses, 60% dos habitantes do distrito de Coimbra faltaram ao trabalho ou à escola devido a problemas de saúde oral, quase o dobro da média nacional (31%).

Os dados são do Barómetro de Saúde Oral, um estudo independente realizado pela consultora QSP para a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), que mostra ainda que 66,7% dos inquiridos em Coimbra deixou de efetuar ou alterou atividades diárias por causa de problemas na boca, face aos 25,7% registados no resto do país.

No distrito de Coimbra, 55% afirma não ter dinheiro para ir a consultas de medicina dentária e apenas 18,2% diz que não vai porque não precisa, valores que comparam com os 43% e 44,5%, respetivamente, obtidos a nível nacional.

Coimbra recebeu a 14 de julho o sétimo Encontro com a Ordem, que decorreu na Quinta das Lágrimas. Consulte a galeria de fotos do evento e assista ao vídeo do Encontro com a Ordem em Coimbra.

O bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, salienta que “no distrito de Coimbra parece existir maior consciência da importância da saúde oral do que noutras geografias. Todos os inquiridos dizem escovar os dentes diariamente, face à média de 97,8% no resto do país, só no Alentejo se obteve também 100% de respostas positivas nesta pergunta. No entanto, a questão financeira parece ser um entrave no distrito de Coimbra, apenas nos Açores e na região de Lisboa este peso é maior”.

Orlando Monteiro da Silva, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas.

Se 62,3% dos habitantes de Coimbra têm falta de pelo menos um dente, 9,8% são desdentados totais, no resto do país estes valores são, respetivamente, de 67,6% e 6,2%.

Entre os que vão regularmente a consultas de medicina dentária, em Coimbra 21,3% vai duas vezes por ano, face aos 15,7% a nível nacional. Há ainda 16,4% que vai várias vezes por ano, o que compara com os 12,1% registados a nível nacional. E se em Portugal, 21,8% só marca consulta em caso de urgência ou dor, em Coimbra este número recua para 16,4%.

No distrito de Coimbra, 15,5% dos inquiridos aumentou o número de consultas de medicina dentária, face a apenas 9,2% no resto do país.

Ainda assim, sublinha o bastonário da OMD, “o principal motivo para os coimbrenses iram ao médico dentista é a dor de dentes, 22,4%, empatado com a visita regular de check-up, no resto do país e com 22,9% aparece em primeiro lugar a limpeza/higienização dentária. As diferenças entre Coimbra e o resto do país são em regra pequenas, dois ou três por cento, mas indiciam que se por um lado há mais regularidade em quem vai habitualmente a consultas de medicina dentária em Coimbra, por outro quem não vai terá dificuldades em aceder a consultas de saúde oral, e esta dificuldade deverá ser económica, já que, à semelhança do resto do país, quase 90% dos habitantes de Coimbra tem uma clínica ou consultório de medicina dentária num raio de meia hora, sendo de salientar ainda que no distrito existem 485 médicos dentistas o que dá um rácio de um médico dentista por cada 846 doentes, que compara com o rácio nacional de 1 médico dentista para 1105 doentes”.

De sublinhar também que 74,1% dos habitantes do distrito de Coimbra nunca mudou de médico dentista, no resto do país este número recua para 48%, sendo que quase 90% dos coimbrenses afirmam estar satisfeitos ou muito satisfeitos com o seu médico dentista.