O Dia Mundial da Saúde Oral foi assinalado esta semana, a 20 de março, em Castelo Branco, com a distribuição de 300 kits no centro de saúde de São Miguel da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco.

Os kits, cedidos pela empresa Pierre Fabre Oral Care, incluiam escova e pasta de dentes, bem como uma brochura e folhetos educativos para prevenir as doenças orais. A mensagem deste ano, instituída pela Federação Dentária Internacional, incidiu sobre a ideia “A tua boca, a tua saúde”.

O centro de saúde de São Miguel começou no final do ano passado a oferecer consultas de saúde oral, no âmbito do projeto-piloto do Ministério da Saúde para a integração de médicos dentistas no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Na visita a Castelo Branco, o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), Orlando Monteiro da Silva, esteve acompanhado pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo. Na cerimónia, o governante adiantou que metade dos agrupamentos de centros de saúde do país já tem consultas de medicina dentária e que o Governo mantém a intenção de chegar a todo o país até junho do próximo ano.

“Este ano devemos conseguir ainda abrir cerca de 15 centros de saúde em todo o país, nas várias regiões e para o ano, no primeiro semestre, concluir o processo. Portanto, o objetivo tinha sido termos na legislatura pelo menos um centro de saúde em cada ACE (agrupamento de centros de saúde) e haverá ACES com mais centros de saúde, felizmente. O objetivo é ter alguma equidade em todo o país. Temos grande grau de confiança que podemos atingir até ao final do primeiro semestre de 2019.”, afirmou Fernando Araújo à Antena 1 (ouvir entrevista).

Os médicos dentistas saúdam a intenção do Governo de ter pelo menos um médico por cada agrupamento de centros de saúde. “É uma meta importante. Portugal está no bom caminho”, afirmou Orlando Monteiro da Silva em declarações à Rádio Renascença (ouvir declarações).

O bastonário explicou que é fundamental a criação da carreira de medicina dentária e que só aguarda a aprovação do Ministério das Finanças (ler artigo do bastonário no Público)

“Há um passo que é decisivo e fundamental – que vai ajudar a tudo isto funcionar muitíssimo melhor, com os médicos dentistas numa interdisciplinaridade com outros profissionais de saúde oral – que é a criação da carreira de medicina dentária, que já foi aprovada pelo Ministério da Saúde, com um grupo de trabalho que tinha sido estabelecido pelo senhor secretário de Estado, e que agora aguarda, da parte do Ministério das Finanças, a sua aprovação. Esse passo é fundamental porque neste momento os médicos dentistas não têm o enquadramento dentro do Serviço Nacional de Saúde”, explicou o bastonário da Ordem dos Médicos Dentista à Rádio Renascença.

“O Serviço Nacional de Saúde, quando foi implementado, esqueceu-se da saúde oral. Agora, o que se faça para começar a emendar esse esquecimento, é obviamente positivo”, acrescentou à RTP (ver vídeo).

Durante a manhã, no concelho de Pombal, também foi assinalado o Dia Mundial da Saúde Oral. A subdiretora-Geral da Saúde, Catarina Sena, lembrou que até 2008, o PNPSO estava centrado em atividades de prevenção e educação para a saúde. A partir de 2008, foi adotada uma nova estratégia passando a dar acesso a cuidados de saúde oral através de cheques dentista. Até à presente data, 3,5 milhões de utentes realizaram 12,5 milhões de tratamentos, sendo que 60% são tratamentos preventivos.

“Noutra vertente do PNPSO, o Projeto de Intervenção Precoce no Cancro Oral constitui uma estratégia inovadora de deteção precoce de lesões malignas e potencialmente malignas, dispondo de um encaminhamento célere dos utentes aos serviços de referência.”, destacou.

Pretende-se evitar as doenças e melhorar substancialmente as taxas de cura e de sobrevivência dos cidadãos. Desde 2014, já foram detetadas e encaminhadas para os IPO 129 lesões malignas e referenciadas para encaminhamento hospitalar 168 lesões potencialmente malignas.

A subdiretora-Geral da Saúde destacou que “os resultados do III Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais revelam-nos os bons resultados com as estratégias adotadas. Nomeadamente, a média de dentes cariados, perdidos e obturados (CPO) aos 12 anos evoluiu de 2,95 no ano 2000 para 1,48 em 2006 e 1,18 em 2013. Em Portugal já foi atingida a meta preconizada pela OMS para 2020 (índice CPO inferior a 1,5). Por outro lado, o número médio de dentes com selantes de fissura aos 12 anos passou de 1,60 para 3,61 entre os estudos de 2006 e 2013, um claro resultado da nova estratégia adotada.”

Consulte abaixo a versão pdf do folheto comemorativo do Dia Mundial da Saúde Oral 2018.

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Abrir folheto (pdf)


O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo (à esquerda), acompanhado pela médica dentista do centro de Saúde de São Miguel, Mafalda Oliveira, e pelo bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva.


Da esquerda para a direita, Fernando Araújo, Mafalda Oliveira, Orlando Monteiro da Silva, e Graça Moura, higienista oral.


Da esquerda para direita, Paulo Ribeiro de Melo (presidente da Mesa do Conselho Geral da Ordem dos Médicos Dentistas), Artur Miller (médico dentista no Centro de Saúde de Montemor o Novo), Francisco Coelho Gil (representante da Região Centro no Conselho Diretivo da OMD), Mafalda Oliveira (médica dentista no Centro de Saúde de São Miguel – Castelo Branco), Orlando Monteiro da Silva (bastonário da OMD), Manuel Lourenço Nunes (médico dentista na ACES de Castelo Branco) e Margarida Rosa do Céu (médica dentista da DGS).


Coreografia de escovagem com crianças.

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