‘Barreiras arquitetónicas’ à cirurgia periodontal

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Hall dos Pósteres – 17 novembro, 14h30 às 16h00 – Ordem nº 75

Joana Mutinho

Universidade do Porto

Sofia Sequeira Neves

A paciente C. F. compareceu na consulta de medicina dentária descontente com estética ao nível do dente 31. Apresentava ausência do 41, da qual não sabe a causa, extrusão do 31 com prematuridade em oclusão e perda de gengiva acentuada e carência de altura ideal da papila entre o 31 e 42. O diagnóstico foi compatível com recessão gengival classe III.

Após higienização e controlo da placa, foi realizado um enxerto gengival livre de tecido conjuntivo do palato para o recobrimento radicular, através da técnica de tunelização.

Um dos principais objetivos das técnicas de recobrimento radicular é atingir um completo recobrimento do defeito e repor a anatomia da gengiva em resultado de problemas estéticos e de sensibilidade dentária. Na literatura, as recessões gengivais estão classificadas em quatro classes. Nas classes I e II pode conseguir-se o recobrimento radicular completo, nas classes III um recobrimento parcial da superfície radicular e nas classes IV não está indicado o recobrimento radicular cirúrgico. O recurso à técnica de tunelização tem-se revelado bastante favorável, devido ao ótimo suprimento vascular que o enxerto recebe e ao menor trauma induzido ao local receptor.

Devido às limitações clínicas e em concordância com a literatura, verificou-se o parcial recobrimento do 31 e um aumento da espessura gengival.

Apesar da baixa previsibilidade e expectativa relativas à cirurgia periodontal em classes III de Miller, é de notar que com um correcto diagnóstico e pré-planeamento, um ganho de gengiva aderida, ainda que não a 100%, pode melhorar significativamente a auto-estima dos pacientes.