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Ana Oliveira
Universidade do Porto
Descrição do caso clínico
Doente sexo feminino, 54 anos, sem antecedentes de patologia sistémica, foi referenciada para fazer uma reabilitação oral com implantes. Numa primeira consulta foi realizado um exame clínico oral extensivo e exames radiológicos auxiliares. Da análise cuidada identificou-se o alongamento bilateral da apófise estiloide. Foi então realizado um exame clínico secundário no sentido confirmar a suspeita de Síndrome de Eagle. Nesta segunda avaliação foi detetada dor facial, limitação de movimentos da cabeça, pescoço e abertura de boca. Foram revelados ainda sintomas compatíveis com Disfunção Temporomandibular, como cefaleias, disfagia, otalgia e pontos gatilho distribuídos pelo corpo, inserção e origem do masseter. Como tratamento foram implementadas terapias conservadoras que controlaram os sintomas da doente.
Discussão
O Síndrome de Eagle é uma condição rara, bilateral, com maior incidência nas mulheres. O diagnóstico resulta de uma associação entre achados clínicos e radiológicos. Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento pode seguir a vertente conservadora (fisioterapia, a aplicação de anestésicos locais e a utilização de anti-inflamatórios não esteróides) ou cirúrgica. Esta última opção é considerada em casos avançados da mineralização em que já há diminuição da qualidade de vida do indivíduo por perda funcional e sensorial das estruturas associadas.
Conclusão
O Síndrome de Eagle, quando detetado atempadamente, pode ser gerido de forma conservadora, evitando tratamento mais invasivos e aumentando a qualidade de vida dos doentes.