José Frias Bulhosa

O paradigma da cárie – do controlo da doença ao tratamento minimamente invasivo

Médico Dentista no ACeS Baixo Vouga

Docente de Medicina Dentária Preventiva e Comunitária, Ética e Deontologia na FCS-UFP

Vogal do Conselho Deontológico e de Disciplina da OMD

Investigador no Grupo de Saúde Oral do ISPUP

Membro do Centro de Estudos da ONG “Mundo a Sorrir”

Revisor na Revista Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária, Acta Pediátrica Portuguesa e Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

Presidente 9º Congresso da Associação Europeia de Saúde Pública Dentária

Coordenador, Observador ou Calibrador em cerca de 120 estudos epidemiológicos

Autor de 60 artigos em revistas e 350 palestras

Vencedor de vários prémios

Nacionalidade: Portugal

Área científica: Cariologia e medicina dentária preventiva

2015/11/14 17:30 – 2015/11/14 19:00 | Auditório II

Resumo da apresentação

Doença é entendida como um fator de desvantagem nas oportunidades de vida dos indivíduos, defendendo-se que a saúde deva ser perspetivada como um “capital”. Assim, uma perspetiva focada na prevenção em Saúde deve relacionar ao conceito de Saúde “um Valor” e não circunscrevê-lo a um mero custo financeiro. No entanto, mesmo para aqueles que focam a sua atenção nesta redutora visão financeira, a evidência demonstra que os custos com a prevenção da doença são em toda a sua amplitude reduzidos comparativamente com os custos despendidos no tratamento da mesma.

De acordo com o Global Burden of Disease 2010 – study, as lesões de cárie não tratadas na dentição permanente foram a condição patológica mais prevalente em todo o mundo, afetando 2,4 bilhões de pessoas; e a cárie não tratada na dentição temporária foi a 10ª condição mais prevalente, afetando 621 milhões de crianças em todo o mundo.

A prevalência padronizada global por idade e a incidência de cárie não tratada permaneceu estática entre 1990 e 2010, havendo evidência de que a carga de cárie não tratada está transitando de crianças para adultos, com três picos modais na prevalência aos 6, 25 e 70 anos de idade.

Os profissionais de saúde oral e os decisores em políticas de saúde precisam estar cientes de um previsível aumento dos encargos com cárie não tratada devido à longevidade e crescimento populacional.

Nesse sentido, toda a intervenção no domínio da saúde, e sob este aspeto particulariza-se a intervenção promotora da saúde oral, deve ser considerada como uma forma de capacitação do indivíduo; um “recurso” que ajuda a potenciar o sentido de envolvimento e de ação coletiva, de pertença e de integração social.

 

Participação na sessão de temas socioprofissionais
Ética e Deontologia – apresentação e discussão de casos clínicos

Entende-se por ética o modo de regulação dos comportamentos do indivíduo e que se baseiam no estabelecimento, autónomo, de valores que sustentam as suas decisões e ações.

Assim, os princípios éticos são orientações pelas quais o homem, enquanto ser racional e livre, regula o seu comportamento, quer numa dimensão teórica (meditando entre o “bem” e o “mal”), quer numa dimensão prática (respeitante às suas acções).

A deontologia baseia-se na ética e regula os comportamentos dos membros de uma profissão com o objetivo de alcançar a excelência na execução da atividade, através do reconhecimento entre os pares, garantir a confiança dos consumidores e proteger o valor social e a reputação da profissão.

A recente aprovação das alterações estatutárias da OMD (Lei nº 124/2015 de 2 de setembro), vão obrigar a um esforço suplementar de todos os médicos dentistas para enquadrarem as suas práticas à nova realidade normativa, nesse sentido, tornam-se ainda mais importantes as oportunidades de discussão de temáticas deontológicas à luz do novo estatuto.

Nesta sessão, pretende-se descrever e discutir vários casos, exclusivamente na perspetiva deontológica.