Ambra Michelotti

Ortodontia e pacientes com DTM

Ambrosina Michelotti formou-se em Medicina Dentária (DDS), em 1984.

Em 1991, obteve o grau de especialista em Ortodontia e, desde então, dedicou-se ao ensino de pré-graduação e pós-graduação em Ortodontia e DTM da Universidade de Nápoles Federico II.

Desde 2001 é Professora Associada em Clínica Gnatológica.

Desde 2003 é responsável pelo curso de Mestrado em “Dor Orofacial e Desordens Temporomandibulares” na Universidade de Nápoles Federico II. Os seus interesses clínicos estão limitados exclusivamente ao tratamento de desordens temporomandibulares e à prática de ortodontia.

É autora ou coautora de mais de 130 artigos publicados em revistas italianas e internacionais e ministrou inúmeras palestras em congressos internacionais. Os seus interesses de investigação estão focados principalmente na fisiologia básica dos músculos da mandíbula, na etiologia, diagnóstico e tratamento das disfunções temporomandibulares e sobre a relação entre disfunção temporomandibular e ortodontia.

É diretora do programa de pós-graduação em Ortodontia da Universidade de Nápoles Federico II.

Foi presidente da “European Academy of Craniomandibular Disorders” (2010); presidente do grupo de Neurociências de IADR (2011); Presidente da SIDA (Società Italiana di disfunzioni ed algie temporomandibolari) (2012–2013); Presidente da RDC / TMD Consortium na International Association of Dental Research (2013–2014).

É Editora Associada do European Journal of Oral Science, Editora Associada do Journal of Oral Rehabilitation, membro do Conselho Editorial do European Journal of Orthodontics e árbitro de várias revistas nacionais e internacionais.

Nacionalidade: Itália

Área científica: Ortodontia

2015/11/14 10:00 – 2015/11/14 13:00 | Auditório II

Resumo da apresentação

A Disfunção Temporomandibular (DTM) é a principal causa de dor, de origem não dentária, na região orofacial incluindo a cabeça, face e estruturas relacionadas.

A etiologia e fisiopatologia da DTM são ainda pouco compreendidas. É, geralmente, aceite que a etiologia é multifatorial, envolvendo um grande número de fatores causais diretos e indiretos. Entre esses fatores, a oclusão é frequentemente citada como sendo um dos principais fatores etiológicos. Encontra-se bem documentado por estudos epidemiológicos relacionados com DTM que os sinais e os sintomas, particularmente ruídos articulares (ATM), são frequentemente encontrados em crianças e adolescentes e mostra que a prevalência aumenta entre os 15 e 45 anos de idade.

A consciência estética, o desenvolvimento de novas técnicas ortodônticas mais estéticas e a possibilidade de melhorar a reabilitação protética têm contribuído para o aumento do número de adultos que procuram tratamento ortodôntico. Com a alteração da idade de quem procura tratamento ortodôntico, verifica-se também o aumento da probabilidade de aparecerem pacientes com sinais e sintomas de DTM.

Como o tratamento ortodôntico dura cerca de dois anos, os pacientes ortodônticos podem queixar-se de DTM durante ou após o tratamento. Devido a esta insatisfação, a Ortodontia pode ser encarada como a causa da mesma. Esta hipótese de causalidade originou problemas legais para os Dentistas e Ortodontistas. Por estas razões, tem crescido o interesse na relação entre fatores oclusais, no tratamento ortodôntico e na DTM e têm sido realizados diversos estudos sobre estas matérias. Assim, a afirmação de que o tratamento ortodôntico pode causar ou tratar a DTM deve ser devidamente suportada por evidência.

 

O papel do Ortodontista na gestão de DTM

Antes de iniciar o tratamento ortodôntico, é sempre aconselhável realizar um correto exame de rastreio para detetar a presença de DTM. Por motivos médico-legais, quaisquer conclusões, incluindo ruídos articulares, desvio durante os movimentos mandibulares ou dor, devem ser registados e atualizados em intervalos de 6 meses. Se o paciente apresenta sinais ou sintomas de DTM antes de iniciar o tratamento ortodôntico, o primeiro passo consiste em fazer o diagnóstico. Quando a queixa principal do paciente é dor, é importante fazer um diagnóstico diferencial para determinar se a dor é devido a DTM (ex. condição músculo-esquelético) ou a outra doença.

O segundo passo é resolver a dor, seguindo um protocolo de tratamento conservador, incluindo farmacoterapia, aconselhamento, terapia comportamental, exercícios domiciliares, fisioterapia e/ou goteiras oclusais.

Regra geral, o tratamento ortodôntico não deve ser iniciado enquanto o paciente sofrer de dor facial. Em seguida (terceiro passo), uma vez resolvida a dor e após verificação de que a condição se mantém estável ao longo de um período de tempo razoável, o início do tratamento ortodôntico pode então ser considerado. O plano de tratamento deve sempre ser adaptado de acordo com a lista de problemas do paciente, os princípios da Medicina Dentária baseada na evidência e o bom senso, considerando as características de cada doente e tendo em conta o porquê de o paciente procurar tratamento.

 

  • TRADUÇÃO SIMULTÂNEA

Serão fornecidos aparelhos recetores à entrada do auditório para a conferência em língua estrangeira. Serviço gratuito.

 

Orthosmile