Osteorradionecrose tardia – Caso Clínico

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Hall dos Pósteres – 12 novembro, 14h30 – 15h30 – Ordem nº 86

Patrícia Fonseca

Sérgio Barreto
Marta Portela
Nelma Gomes
Vânia Gouveia

Descrição do caso clínico

Paciente do género masculino, com 71 anos de idade, fumador, foi observado na consulta de Medicina Oral do Hospital Privado de Alfena, devido a abcessos repetidos na zona anterior mandibular com dor associada. Da história clínica destaca-se carcinoma espinocelular do lábio inferior removido cirurgicamente em 2004 e concomitante radioterapia. Em 2010 realizou a exérese de um osteocondroma na zona mentoniana e em 2013 efetuou exodontias múltiplas na mandíbula. Na anamnese, refere formigueiro e fístula extraoral na zona do mento e dor no 5º sextante associada ao uso da prótese dentária. Ao exame intraoral apresenta exposição óssea com sinais de osteomielite. Diagnosticou-se osteorradionecrose tardia, 11 anos após a radioterapia. O tratamento conservador efetuado consistiu em curetagem, irrigações frequentes e regime de antibioterapia, tendo-se realizado controlos bimensais. Após um mês, o paciente não apresentava sintomas dolorosos e após 6 meses a lesão encontrava-se praticamente cicatrizada.

Discussão

A osteorradionecrose caracteriza-se pela perda de células ósseas e por dano vascular que leva à isquemia óssea. O diagnóstico é geralmente clínico e radiográfico. A abordagem deve ser não cirúrgica sendo recomendado um desbridamento ósseo leve para evitar o trauma dos tecidos adjacentes. Deve fazer-se uma antibioterapia intermitente ou contínua e instruções de higiene oral.

Conclusões

Os efeitos na cavidade oral da radioterapia em neoplasias da cabeça e pescoço podem ser observados tardiamente. Médicos e Médicos Dentistas devem estar sensibilizados para este facto e alertar os pacientes para as possíveis consequências da radioterapia.

Palavras-chave

Osteorradionecrose, radioterapia, carcinoma, tratamento, necrose, mandíbula