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Caroline de Carvalho
Universidade Católica Portuguesa
Descrição do Caso Clínico
J.R.M., sexo feminino, 10 anos de idade, paciente não colaborante com quadro clínico de autismo. O motivo da consulta é a presença de dor espontânea, infeções recorrentes e medicação quase em contínuo, sem sucesso de tratamento em consulta de medicina dentária privada. Ao exame clínico, apresenta extensas lesões de cárie no 36 e 46, com lesão periapical e um quisto associado às raízes do 75. O plano de tratamento indicado foi a extração múltipla dos dentes decíduos e dos primeiros molares definitivos inferiores, sob sedação moderada por via endovenosa (midazolam, quetamina e propofol). O prognóstico é favorável.
Discussão
A realização de tratamentos dentários em pacientes pediátricos que apresentam alterações comportamentais constituem frequentemente um grande desafio clínico para o Médico Dentista. Dependendo da maturidade psicológica, emocional, mental e física dos pacientes, as técnicas de controlo comportamental convencionais podem não apresentar a eficácia e a segurança adequadas à realização dos procedimentos médico-dentários. Assim sendo, são necessários métodos alternativos, como a sedação.
Conclusão
A introdução da sedação na consulta de Odontopediatria aumentou os índices de sucesso antes, durante e após os tratamentos dentários. Esta técnica proporciona um aumento da colaboração do paciente pediátrico, reduzindo ou eliminando o medo e a ansiedade, proporcionando uma sensação de segurança e conforto. Além disso aumenta o controlo sobre os movimentos e reações adversas durante a consulta, e induz amnésia retrógrada dos eventos experimentados enquanto o paciente está sob efeito do agente sedativo.