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Gil Fernandes Alves

Universidade do Porto

Descrição caso clínico

Paciente de 31 anos, do sexo masculino, sem história clínica relevante, foi reencaminhado por colega apresentando, na ortopantomografia, lesão na zona do 2ª quadrante. Requisitado o TAC, confirmou-se a existência de quisto de origem dentária na zona do 2º quadrante. A lesão englobava na sua parede as raízes dos dentes 21 e 22. Efetuou-se tratamento endodôntico do 23 e, após a sua conclusão foi pré-medicado com amoxicilina 875mg + ácido clavulânico 125mg, aceclofenac 100mg e clorohexidina 0.2%. A cirurgia foi realizada sob anestesia geral.

Discussão

Lesões periapicais são as mais frequentes entre as lesões patológicas do osso alveolar. Estas lesões são mais vezes encontradas na parte anterior da maxila estando relacionado com a presença de resíduos epiteliais e a alta incidência de trauma em dentes anteriores maxilares. A sua localização e morfologia resulta numa maior probabilidade de necrose pulpar dos respetivos dentes. A remoção destas lesões terá que ser meticulosa pois, se estas atingirem uma determinada dimensão, poderão afetar as comunicações oro-nasais havendo mesmo casos em que o quisto destruiu a camada óssea da cavidade nasal ficando apenas tecido entre as duas superfícies.

Conclusão

As lesões periapicais deverão de ser tratadas inicialmente com tratamento endodôntico não cirúrgico. Caso este tratamento não resulte uma abordagem cirúrgica periapical, deverá de ser apresentada ao paciente. Um correto planeamento da cirurgia acompanhado de exames imagiológicos adequados aumentam a previsibilidade da intervenção, diminuindo os inconvenientes pós-operatórios e a probabilidade de recidiva da lesão.

Palavra-chave

Maxilar, lesão apical, cirurgia, apicectomia, endodontia, anterior