Descompressão de Quistos Odontogénicos. Uma Solução face à cirurgia? – Caso Clínico

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Hall dos Pósteres – 12 novembro, 9h30 – 10h30 – Ordem nº 17
Candidato a prémio

Joana Saraiva Amaral

Universidade de Coimbra

Daniela Alves Pereira
Manuela Costa Carrilho
Sérgio Matos
Paulo Palma

Descrição do Caso Clínico

O paciente JPVV, género masculino, 18 anos de idade, ASA 1, compareceu na consulta de Cirurgia Oral da Área de Medicina Dentária da FMUC no dia 27 de junho de 2014, referindo dor difusa no maxilar superior. Ao exame clínico observou-se edema a nível vestibular na região do 11 e 12. Aos testes de sensibilidade, o 11 apresentou uma resposta negativa, compatível com necrose pulpar e o 12 não manifestou qualquer alteração. Os exames complementares de diagnóstico (Ortopantomografia, Raio-x apical e Cone-Beam) revelaram a presença de uma lesão radiotransparente, unilocular e homogénea com bordos radiopacos bem definidos ao nível da região apical do 11 e 12. Definiu-se como plano de tratamento, a endodontia do 11 associada à descompressão quística e posterior enucleação.

Os resultados anátomo-patológicos da biópsia incisional foram compatíveis com um quisto odontogénico radicular. Foram feitos controlos periódicos, removendo-se o dreno ao 195º dia, após análise de novo Cone-Beam, no qual foi notório a regressão quase completa da lesão. O paciente está sob vigilância, avançando-se para a cirurgia caso haja alguma recidiva.

Discussão

A descompressão quística é uma opção minimamente invasiva, que através de um sistema descompressor (dreno) se diminui a pressão intra-quística favorecendo a osteogénese. É uma técnica morosa, que exige uma elevada cooperação do paciente.

Conclusão

A descompressão quística assume-se como uma alternativa ou um complemento a uma técnica cirúrgica ressetiva, sobretudo nos casos de grandes lesões, onde a sua exérese imediata envolveria grandes destruições ósseas com possível comprometimento de estruturas anatómicas nobres.