Avaliação histométrica dos tecidos peri-implantares num modelo canídeo comprometido

Comunicação oral > Investigação > Implantologia

Auditório IV – 12 novembro, 9h30 – Ordem nº 01
Candidato a prémio

Orlando Martins

Universidade de Coimbra

João Carlos Ramos
Michel Dard
Carlos Viegas
Isabel Poiares Baptista

Introdução

Os atuais modelos animais canídeos para estudo da peri-implantite não mimetizam a situação clínica (Berglundh, Zitzmann et al. 2011; Martins, Ramos et al. 2014). Há necessidade de desenvolver novos modelos animais que mimetizem a etiopatogenia da peri-implantite.

Objetivos

Avaliar, num modelo canídeo comprometido, a influência da placa bacteriana nos tecidos peri-implantares.

Material e Métodos

Em seis cães Beagle (2,45±0,05 anos) foram extraídos todos os pré-molares e primeiro molar mandibulares. Dezasseis semanas antes da colocação de implantes (Standard Plus, Regular Neck, SLA® 3,3x8mm, Institut Straumann®, Switzerland) permitiu-se a acumulação de placa bacteriana(PB). Foram colocados 2 implantes/hemimandibula. Distribuídos aleatoriamente: implantes teste (IT-sem controlo de PB) e implantes controlo (IC-com controlo PB)(boca-dividida). Eutanásia à semana 17 (S17). Amostras preparadas técnica não-descalcificada (Azul Toluidina). Recorrendo a microscopia de luz realizou-se histometria (Bioquant Osteo®, USA) e avaliaram-se para ambos os grupos: distância mucosa peri-implantar(MPI)-zona apical epitélio juncional(aEJ)(MPI-aEJ); crista óssea(CO)-zona apical epitélio juncional(aEJ)(CO-aEJ); mucosa peri-implantar-crista óssea(MPI-CO); ombro implante(OI)-mucosa peri-implantar(MPI); ombro implante(OI)-crista óssea(CO)(OI-CO); mucosa peri-implantar-zona apical infiltrado inflamatório(MPI-aINF); percentagem infiltrado inflamatório(%INF).

Avaliou-se a Profundidade de Sondagem(PS) na S17(IC e IT).

Análise Estatística(SPPS, USA, v21)(IC=95%).Teste de Friedman; Teste Mann-Whitney.

Correlação variáveis (Profundidade de Sondagem(PS) vs. aEJ): Coeficiente Correlação Spearmann(p).

Resultados

MPI-aEJ(IC:2,35±0,60µm; IT:2,32±0,52µm); CO-aEJ(IC:1,01±0,40µm;

IT:1,09±0,62µm); MPI-CO(IC:3,45±0,42µm; IT:3,39±0,62µm); OI-MPI(IC:0,68±0,46µm;

IT:0,55±0,66µm); OI-CO(IC:2,87±0,43µm; IT:2,87±0,48µm); MPI-aINF(1,85±0,53µm; IT:2,63±0,86µm); %INF(IC:0,92±0,62µm; IT:5,90±2,53µm). Apenas se verificaram diferenças estatisticamente significativas entre grupos para MPI-aINF (=-2,573;p=0.018) e %INF(U=3.000;Z=-3,878;p<0.001).

PS (IC: 1,83±0,17mm; IT:2,44±0,38mm).

C. Spearmann (PS vs. aEJ)(IC: p=-0,410: p=0,047; IT:p=0,403:p=0.022)

Conclusões

O presente modelo experimental não induziu lesões histométricas compatíveis com peri-implantite.

Palavras-chave

Peri-implantite, animal, modelo, histometria, histologia, tecidos