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Carolina Venda Nova

A osteonecrose da mandibula, associada ao uso de bifosfonatos, é uma patologia reconhecida. Os bifosfonatos são fármacos usados na prevenção da reabsorção óssea associada à osteoporose, ao cancro e na perda óssea secundária ao uso de corticosteroides.

O caso clinico descreve uma paciente do sexo feminino com 79 anos diagnosticada com síndrome de Sjogren que desenvolveu osteonecrose da mandibula como consequência da terapia com bifosfonatos. A paciente compareceu na consulta de Medicina Oral do EDH, no início de 2013 queixando-se de dor continua no 4º quadrante.

Em 2011 o primeiro molar inferior direito foi extraido sem complicações, no entanto a cicatrização completa só ocorreu meses depois. O exame clínico revelou a presença de uma lesão exofítica eritematosa na gengiva do 4º quadrante com evidência de exposição óssea. A histopatologia da lesão confirmou o diagnóstico de granuloma piogénico.

Nos meses seguintes, a área de exposição óssea aumentou mas a ortopantomografia não revelou alterações ósseas. A tomografia computorizada demonstrou a presença de osteonecrose da hemimandibula direita. A área afectada foi curetada e uma secção de osso alveolar necrosado foi removida. A análise microbiológica demonstrou a presença de E. coli, bactérias anaeróbias e MRSA.

O diagnóstico de osteonecrose da mandibula associado ao uso de bifosfonatos pode ser um desafio porque não é exclusivo em pacientes com história de cancro ou osteoporose e os pacientes podem apresentar sintomatologia sem sinais clínicos de exposição óssea. É importante realçar que o estadio da doença é muitas vezes confirmado apenas após a realização de uma tomografia computorizada.