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João Braga

Universidade do Porto

Paciente, género feminino, 61 anos compareceu na clínica da FMDUP referindo tumefação no primeiro quadrante e dor ligeira. Ao exame clínico verificámos a existência de tumor no fundo do vestíbulo e perda da cortical óssea vestibular. No exame imagiológico constatámos a presença de uma área radiolúcida bem definida entre as raízes dos dentes 14 e 15.

Aos testes de sensibilidade (frio) os dentes 15 e 16 não responderam ao e o 14 apresentou resposta positiva. Após tratamento endodôntico não cirúrgico dos dentes 15 e 16, foi efetuada a enucleação da lesão, enviada, posteriormente, para estudo histológico. O diagnóstico foi: Tumor odontogénico queratinizante (TOQ).

Discussão

O TOQ é uma entidade bem caracterizada clínica e histologicamente, revelando um comportamento clínico agressivo. Podem ser classificados em TOQ primordiais (60%), quando têm origem nos restos da lâmina dentária ou restos do epitélio oral, ou em TOQ dentígeros (40%) quando têm origem no epitélio do folículo dentário e envolvem um dente.

Os diagnósticos diferenciais a considerar no caso do TOQ são: o cisto dentígero (quando têm um dente associado), o cisto odontogénico adenomatoide (quando se localiza na região anterior) e o ameloblastoma. Os TOQ primordiais uniloculares, imagiologicamente, assemelham-se aos cistos periodontais laterais, à cavidade cística idiopática ou ao granuloma central de células gigantes. Pelo seu comportamento menos agressivo devem ser tratados com técnicas conservadoras.

Conclusão

As lesões uniloculares pequenas diagnosticadas com base nos achados imagiológicos devem ser tratadas de modo conservador com curetagem e enucleação. O diagnóstico final é confirmado pelo exame anatomopatológico.