Póster > Investigação > Ortodontia
Susana Machado Silva
Universidade do Porto
Introdução
A literatura vem mostrando a associação entre a deformidade dento-facial (DDF) e várias dimensões psicossociais do indivíduo. Pode por isso ser pertinente a orientação do paciente para serviços de saúde mental.
Objetivos
O objetivo deste trabalho é responder às questões: 1. Sim ou não, deve ser realizado o encaminhamento para os serviços de saúde mental? 2. Em que altura(s) deve ser realizado? 3. Quais os motivos que o podem justificar?
Materiais e métodos
Foi utilizado um questionário ao qual responderam 49 profissionais de saúde, 26 homens e 23 mulheres, com idades compreendidas entre os 28 e os 65 anos (média de 43,9 anos). Destes participantes 33 são médicos dentistas generalistas, 9 são médicos dentistas especialistas em Ortodontia e 7 são médicos especialistas em Cirurgia Maxilofacial.
Resultados
Na generalidade os profissionais de saúde consideram que poucos pacientes com DDF beneficiariam de cuidados de saúde mental. Mesmo nos casos que consideram necessitar, 61,2% dos profissionais reconhece não fazer qualquer encaminhamento. O principal motivo para não o fazer, enunciado por 44,9% dos profissionais, é o medo que o paciente reaja mal ou recuse consultar o psicólogo.
Conclusões
Os profissionais de saúde não reconhecem a importância da intervenção de cuidados de saúde mental na DDF encaminhando pouco os seus pacientes.
Implicações clínicas
Importa criar para os médicos dentistas formação nesta área, definindo-se parâmetros de encaminhamento e levando a um entendimento de que, para uma intervenção eficaz, pode ser importante o encaminhamento do paciente para serviços de saúde mental e trabalhar-se em equipa multidisciplinar.
Palavras chave
Apoio psicológico, saúde mental, deformidade dento-facial, cirurgia ortognática, trabalho em equipa, encaminhamento.