Associação entre perfil de saúde oral materna e cárie precoce da infância

Póster > Investigação > Cariologia

Hall dos pósteres – 6 novembro, 11h30 – 12h30 – Ordem nº 30

Carina Coelho

Universidade do Porto

Maria João Roxo
Ana Patrícia Taveira
Marisa Henriques
Paulo Ribeiro de Melo

Cárie precoce de infância (ECC) é um problema de saúde pública devido ao impacto sobre a saúde, desenvolvimento e bem-estar das crianças. O objetivo deste estudo é determinar o papel que o perfil de saúde oral das mães tem na prevalência de ECC em crianças com 2 anos.

Foi observada uma amostra aleatória de 216 mães e filhos com 2 anos, residentes no Porto. O registo visual de cárie seguiu os critérios da OMS. Foi aplicado um questionário às mães quanto à idade, grau acadêmico, emprego, renda anual, hábitos de higiene oral, frequência de visitas ao dentista e hábitos tabágicos.

Quase todas as mães tinham CPOD ≥ 1, levando a uma prevalência de cárie de 99,5%. Os resultados mostraram um valor CPOD de 0,11 ± 0,62 para todas as crianças, considerando lesão de cárie inicial e uma prevalência de 3,4%. Considerando-se apenas as lesões de dentina, ceo-d foi 0,06 ± 0,37, com uma prevalência ECC, 2,3%. Destes, 72,6% apresentaram doença de cárie ativa (d ≥ 1).

A doença ativa estava presente em 89% das mães que tinham filhos com ECC, no entanto há registo de mães sem cárie ativa cujos filhos tinham ECC. Assim, a ausência de doença nas crianças parece ser dependente da ausência da doença de cárie nas mães (p <0,02).

Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nas outras variáveis observadas. Este estudo suporta a evidência de que as mães com cáries ativas podem ser responsáveis pela transmissão vertical da doença para as crianças.