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Eduarda Von Stein Palmeira
Paciente do sexo feminino, 35 anos, história de rinite alérgica e queixa de dor no ouvido direito. Na tomografia computorizada, observou-se uma lesão compatível com quisto odontogénico associado ao dente 4.8 incluso, localizado desde o ramo da mandibula até à espinha de spix. A punção aspirativa excluiu a hipótese de malignidade.
Antes da cirurgia, a paciente foi medicada, informada dos cuidados pós-operatórios e riscos possíveis. Fez-se a enucleação da lesão com 4 x 2 cm, parcialmente aberta e preenchida com um líquido branco leitoso. A análise anátomo-patológica concluiu ser um quisto dentígero (folicular). A loca cirúrgica foi curetada, aplicou-se uma membrana da colagénio e suturou-se.
No pós-operatório ocorreu uma parestesia do nervo mandibular, reversão completa após dois meses. Cerca de 98% de todas inclusões dentárias dizem respeito a terceiros molares. Recentemente, verificou-se um aumento da inclusão de terceiros molares, estando cerca de 33% associadas a patologias.
Perante a inclusão de um terceiro molar, pode-se ter uma conduta expectante ou realizar a exodontia. O desenvolvimento do quisto folicular deve-se à constituição da estrutura do folículo, particularmente ao epitélio reduzido do esmalte e aos restos da lâmina dentária. A prevalência dos quistos foliculares associados à exodontia de terceiros molares inclusos está entre 1,5 e 13,3%.
Maioritariamente trata-se de um achado radiográfico tardio, podendo envolver peças anatómicas. A exodontia preventiva poderá evitar o desenvolvimento de patologias, diminuir o risco operatório e evitar o comprometimento de estruturas anatómicas subjacentes.
Palavras chave
Terceiro molar, quisto odontogénico, parestesia, biópsia , enucleação, mandíbula.