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Francisco Fernandes do Vale

Universidade de Coimbra

Introdução

A distracção osteogénica (DO) é o processo biológico de neoformação óssea entre segmentos separados por tracção. McCarthy (1992) iniciou a aplicação no alongamento mandibular em deformidades faciais. Poucos estudos experimentais avaliaram o efeito do ritmo na qualidade e quantidade do tecido ósseo neoformado.

Objetivos

Avaliar histologica e histomorfometricamente o efeito de 2 ritmos de DO dento-ancorada de mandíbulas caninas.

Materiais e métodos

7 cães Beagle, com peso entre os 15–18Kg foram submetidos a DO e 3 permaneceram como grupo controlo. Ambas as hemimandíbulas foram utilizadas, formando os grupos experimentais: A: 6 hemimandíbulas – grupo controlo; B: 7 hemimandíbulas – activações bidiárias de 0,5mm; C: 7 hemimandíbulas – activação diária de 1 mm. Após a distracção seguiu-se um periodo de consolidação de 12 semanas.

Resultados

Nos grupos B e C verifica-se formação de tecído ósseo a partir dos segmentos marginais do espaço de distração. No grupo B verificou-se o frequente preenchimento completo do espaço de distracção por tecido ósseo, maioritariamente esponjoso.

No grupo C salienta-se a frequente ausência de união completa entre os segmentos e a observação de cartilagem/fibrocartilagem. A análise histomorfométrica apurou diferenças estatisticamente significativas no coeficiente de variação de neoformação óssea entre as regiões medial e vestibular, lingual e vestibular do espaço de distracção.

Conclusão

O aumento do ritmo de distracção produz alterações estruturais dos tecidos neoformados.

Implicações clínicas

A investigação permite inferir que a DO contínua poderá ser efectiva na correcção de deficiências mandibulares.

Palavras chave

“Distracção osteogénica”, “ossificação endocondral”, “ossificação intramembranosa”, “distractor dento-ancorado”, “histomorfometria”, “mandíbula”, “osteotomia”