Nova abordagem sobre o modelo canídeo de peri-implantite

Comunicação oral > Investigação > Periodontologia

Sala 1 – 6 novembro, 12h10 – Ordem nº 6

Orlando Martins

Universidade de Coimbra

João Carlos Ramos
Isabel Poiares Baptista
Michel Dard
Carlos Viegas

O modelo canídeo para estudar peri-implantite utiliza ligaduras para traumaticamente lesar os tecidos peri-implantares, não mimetizando a peri-implantite clínica.

Um recente relatório refere que o “modelo da ligadura” pode não mimetizar o inicio e/ou progressão da peri-implantite humana .

Objectivo: avaliar alterações dos tecidos mole e ósseo peri-implantares num modelo Beagle comprometido.

A 6 beagle machos foram extraídos pré-molares e primeiro molar mandibulares. Dezasseis semanas antes de colocar os implantes foi abandonado o controlo da placa bacteriana.

Colocaram-se 2 implantes/hemimandibula (boca-dividida). Um grupo/hemimandibula foi escovado diariamente (Implantes Controlo:IC), o outro não (Implantes Teste:IT). Nas semanas 0(S0), 3, 6, 9, 12,15 e 17(S17) foram avaliados parâmetros clínicos (Presença placa bacteriana:PP; Mucosite:Mu; Profundidade de sondagem:PS; Hemorragia-à-sondagem:HS; Recessão Gengival:RG; Nível Inserção Clínico:NIC) e radiográficos (distância ombro implante-contacto coronal osso-implante). Resultados foram avaliados com testes não-paramétricos. Significância 95%.

Na S17 foram encontradas diferenças em todos parâmetros clínicos (exceto RG) entre IC e IT (p<0.05).Nos parâmetros radiográficos não houve diferenças.

Nos IC a PS aumentou de S0 a S17 (1.08±0.15mm vs. 1.83±0.17mm)(p<0.05). Nos IT a PS aumentou de S0 a S17 (1.97±0.59mm vs. 2.44±0.38mm)(p<0.05).

Nos IC a variação da perda óssea radiográfica entre S0-S17 foi 0,70±0.51mm. A análise intragrupo detectou diferença entre S0-S3 e S0-S17(p=0.001).

Nos IT a variação da perda óssea radiográfica entre S0-S17 foi 0,81±0.47mm. A análise intragrupo detectou diferença entre S0-S3 e S0-S17(p=0.003).

A avaliação na S17detectou diferenças clinicas na maioria dos parâmetros (IC vs IT), não corroboradas pelas radiografias. São necessários mais estudos para desenvolver um modelo canídeo natural de peri-implantite.