Anti-inflamatórios não esteróides em pacientes com patologias condicionantes da sua utilização
É professor catedrático jubilado de Anestesiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e foi chefe de serviço de Anestesiologia do Hospital São João.
Nacionalidade: Portugal
Área científica: Saúde oral, saúde em geral
2013/11/23 12:00 – 2013/11/23 12:30 | Auditório VIII
Resumo da apresentação
Os analgésicos antiinflamatórios não esteroides são um conjunto de fármacos que atuam por inibição das cicloxigenases, um grupo de isoenzimas que desempenham funções fisiológicas e estão presentes em processos patológicos, nomeadamente na inflamação, onde participam da sensibilização central e periférica da dor inflamatória.
O seu uso em dores inflamatórias acompanha-se assim da interferência com processos fisiológicos, nomeadamente a nível digestivo (hemorragias digestivas), a nível renal (falência renal), a nível plaquetário (aumento ou diminuição da agregação plaquetária) e a nível do endotélio das paredes vasculares (favorecimentos de lesões ateromatosas), podendo dar eventuais sintomas colaterais que vão desde efeitos minor até complicações que põem em risco a vida.
Algumas patologias, nomeadamente digestivas, renais e da coagulação podem ser agravadas por este grupo de fármacos. Algumas delas constituem mesmo contraindicações formais para o seu uso.
A descoberta de analgésicos anti-inflamatórios específicos para uma das isoenzimas (a COX-2) permitiu controlar algumas destas interferências entre doença e analgésicos anti-inflamatórios não esteroides, nomeadamente a referente à patologia digestiva.
Os inibidores inespecificos da COX e os específicos da COX2 foram associados a um aumento do risco cardiovascular trombótico, sobretudo em usos de longa duração.
Estão também descritos casos de reações de hipersensibilidade, muito bem definidos para a aspirina e que são considerados cruzados entre múltiplos anti-inflamatórios, exceto os inibidores específicos da COX2, comprovadamente seguros nessas circunstâncias.