Joana Cruz

Aparelhos miorrelaxantes – uma atualização para a prática clínica (revisão narrativa)

Nacionalidade: Portugal

Área científica: Oclusão

2013/11/21 17:30 – 2013/11/21 17:50 | Auditório VIII

Resumo da apresentação

Introdução

Aparelhos miorrelaxantes são utilizados no tratamento de desordens temporomandibulares(DTM), contudo existe alguma controvérsia no que respeita à sua utilização, mecanismo de ação, indicações e eficácia no tratamento de dor associada a DTM.

Objetivo

Estabelecer mecanismo de ação, indicações e eficácia do tratamento com aparelhos miorrelaxantes na redução da sintomatologia em pacientes com dor associada a DTM.

Métodos

Pesquisa nas bases de dados Medline e Cochrane, utilizando palavras-chave, separadas ou em combinação, “occlusal splints”, “temporomandibular disorders” e “stabilization appliance”, em artigos publicados entre Janeiro de 1998 e Abril de 2013, em Inglês, Espanhol, Francês e Português. Dos 470 artigos encontrados foram incluídas meta-análises, revisões sistemáticas e RCTs referindo especificamente tratamento com aparelhos miorrelaxantes. Excluíram-se artigos com terminologia inespecífica e sem grupo controlo, tendo sido utilizados 14 artigos.

Resultados

Diferentes teorias procuram explicar o mecanismo de ação, no entanto, este permanece controverso. Estão indicados como protetores dentários e como dispositivo de diagnóstico, porque podem gerar respostas musculares e/ou articulares às alterações no posicionamento mandibular, previamente à estabilização permanente da oclusão.

Não existe evidência para outras utilizações. Não há evidência científica quando se compara a sua eficácia na redução de sintomas com a de tratamentos ativos (calor húmido, fisioterapia e acupunctura); no entanto há alguma evidência quando se compara com nenhum tratamento. Os estudos não foram conclusivos quanto ao grupo de DTM em que são mais eficazes.

Conclusão

A maioria dos pacientes apresenta melhorias após a sua utilização. Contudo, o mecanismo de ação não está estabelecido, tornando a evidência ambígua, pois não está definido se a dor diminui devido ao efeito específico do aparelho. São necessários mais estudos, com períodos de follow-up maiores e amostras adequadas.

Implicações clínicas

Há evidência científica para a sua utilização como protetor dentário e como dispositivo de diagnóstico em DTM. A evidência para outras utilizações é questionável.