Ana Milheiro

Arames de retenção ortodôntica: efeitos citotóxicos

Nacionalidade: Portugal

Área científica: Materiais dentários

2013/11/21 10:10 – 2013/11/21 10:30 | Auditório VIII

Resumo da apresentação

Introdução

Por permanecerem na cavidade oral por longos períodos de tempo, os arames de retenção devem ser biocompatíveis, estéticos e permitir adequada higiene oral.

Estes dispositivos estão expostos a factores químicos e físicos que promovem a deterioração do material levando à libertação de iões metálicos com possíveis implicações biológicas.

O níquel (Ni) é um componente importante destes arames (~8 wt%) e é considerado um alergéneo potente. O objectivo do presente estudo é avaliar a citotoxicidade desses iões em fibroblastos de ratos.

Materiais e métodos

O efeito citotóxico de quatro tipos diferentes de arames entrançados (de aço inoxidável:Wildcat Original, Lingual Retainer, Dentaflex 3-s;e “Ni-free”:Noninium) foi avaliada pelo teste de MTT (norma ISO 10993-12). Os arames foram submersos durante 7, 14 e 30 dias em E-MEM com 1% penicilina/estreptomicina (pH~7) e as soluções foram analisadas por ICP-MS (Inductively Coupled Plasma Mass Spectroscopy).

Resultados

Nenhum dos espécimes mostrou uma diminuição da viabilidade celular >30% (sem efeito citotóxico de acordo com a ISO10933-5). No entanto, os resultados do MTT do Noninium (considerado “Ni-free”) foram significativamente diferentes dos arames de aço inoxidável. Após 7 dias, um aumento no período de submersão não afectou a citotoxicidade em nenhum dos espécimes. A quantidade de iões libertados tem uma correlação positiva com o resultado do MTT.

Conclusões

Os arames considerados “Ni-free” são menos susceptíveis de provocar efeitos citotóxicos, quando comparado com os arames de aço inoxidável. A libertação de iões é um factor determinante para a biocompatibilidade dos arames de retenção na cavidade oral.

Implicações clínicas

As condições dinâmicas do ambiente oral (ex.: carga mecânica e pH) podem levar a uma maior citotoxicidade de todos os arames. O efeito da exposição contínua ao Ni (e outros iões) ao nível celular é desconhecida, o que pode ser de importância especial em pacientes com hipersensibilidade alérgica.