Ana Lemos Costa

Alterações na superfície dos implantes após tratamento mecânico – estudo in vitro

Nacionalidade: Portugal

Área científica: Implantologia

2013/11/21 09:30 – 2013/11/21 09:50 | Auditório VIII

Resumo da apresentação

Introdução

A prevalência de peri-implantite, 28%- 56% sujeitos, conduz-nos a uma crescente preocupação no controlo e resolução desta doença inflamatória bacteriana, que afeta os implantes osteointegrados. São várias as opções de tratamento descritas para promover a sua resolução, passando pelo controlo mecânico das superfícies contaminadas com vários instrumentos descritos com esse propósito.

O método de descontaminação ideal deve ser aquele que elimine a placa bacteriana e não provoque alterações significativas na topografia da superfície, para que não promova nova adesão bacteriana e não condicione a re-osteointegração.

Objetivo

Avaliação in vitro das alterações na superfície dos implantes quando sujeita a diferentes modalidades de tratamento mecânico: curetas de titânio (CT), aço (CA) e plástico (CP), ultrassons (US), brocas carboneto de tungsténio (B) e jato de ar abrasivo (J), comparando-as com a superfície inalterada (C).

Materiais e métodos

Avaliação quantitativa com perfilometro mecânico (utilizando diferentes parâmetros para caracterização da rugosidade) e qualitativa com microscopia eletrónica de varrimento (por espectrometria de dispersão de energias de raios-X).

Resultados

A rugosidade média altera com todos os instrumentos: de 0.93 ± 0.06 μm (C) para 0.94 ± 0.14 μm (CP), 0.86 ± 0.19 μm (CA), 0.76 ± 0.09 μm (CT), 0.82 ± 0.06 μm (J), 0.78 ± 0.19 μm (B) e 0.73 ± 0.13 μm (US). A distância média entre as irregularidades aumenta com todos os instrumentos, sendo maior com US (0.08 ± 0.02 μm) e B (0.10 ± 0.03 μm) em relação a C (0.03 ± 0.00 μm).

Conclusões

Todos os tratamentos testados provocam alterações na superfície. Torna-se necessário investigar se o custo associado a determinados instrumentos representa uma vantagem clinica.

Implicações clínicas

O modo como a superfície é descontaminada, ao provocar alterações na mesma e deixando depósitos de material, pode constituir uma limitação no sucesso do tratamento ao promover nova adesão bacteriana e condicionando a regeneração óssea.