Carcinoma pavimentocelular da orofaringe e infeção pelo Vírus do Papiloma Humano (HPV)

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Hall dos posters – 21 novembro 2013, 11h30 – Ordem nº

Introdução e objetivos

A incidência do carcinoma pavimentocelular orofaríngeo (CPCO) tem aumentado em na Europa e EUA, apesar da diminuição dos hábitos tabágicos e alcoólicos. A literatura recente sugere que este aumento esteja associado à infeção pelo vírus do papiloma humano (HPV) de subtipos 16 e 18.

O objetivo deste trabalho é caracterizar os doentes com CPCO HPV-positivo e distingui-los dos doentes com CPCO HPV-negativo, esclarecendo a sua importância em termos de prognóstico e tratamento.

Métodos

Pesquisa elaborada na Medline com interface Pubmed e Cochrane Library de período 2000 a 30 de abril de 2013. Limitou-se a pesquisa selecionando apenas revisões sistemáticas e estudos randomizados obtendo-se assim 18 artigos. Palavras chave: oral neoplasms; HPV; oropharyngeal cancer;

Resultados

Os carcinomas HPV-positivos exprimem DNA HPV, estando este integrado no genoma da célula hospedeira, expressando as oncoproteínas E6 e E7 que procedem à inibição das proteínas p53 e pRb, que intervêm na regulação do ciclo celular. Os doentes com CPCO HPV-positivo parecem exibir características clínicas distintas dos doentes com CPCO HPV-negativo.

Os doentes que apresentam tumores HPV-negativos têm geralmente idades compreendidas entre os 50 e 60 anos, fortes hábitos tabágicos e são maioritariamente do sexo masculino. Já os tumores HPV-positivos ocorrem com igual frequência em indivíduos do sexo masculino e feminino, mais jovens, frequentemente sem hábitos tabágicos ou alcoólicos.

Conclusões

Doentes com CPCO HPV-positivo parecem estar associados a um melhor prognóstico. A sua melhor resposta às modalidades de tratamento não está clarificada, mas parece estar associada à existência de resposta apoptótica, mediada pela proteína p53 conservada nos tumores HPV-positivos.

Implicações clínicas

Devido às limitações na deteção molecular do HPV e às dificuldades em estabelecer um paralelismo entre as características histológicas e clínicas do CPCO HPV-positivo, as guidelines disponíveis consideram que o tratamento de CPCO HPV-positivo e de CPCO HPV–negativo não deve diferir.