Utilização da toxina botulínica no tratamento das desordens temporomandibulares

Póster > Revisão > Oclusão

Hall dos posters – 21 novembro 2013, 11h30 – Ordem nº

Introdução

A toxina botulínica tipo A é uma neurotoxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. Esta bactéria sintetiza oito serotipos diferentes, sendo o serotipo A o mais potente, logo, o mais utilizado atualmente. Esta toxina interfere com a transmissão neural, ao bloquear a libertação do principal transmissor da junção neuromuscular – a acetilcolina – criando, assim, uma paralisia muscular temporária. Objetivo: Dar a conhecer a evidência científica da utilização da Toxina Botulínica Tipo A no tratamento das desordens temporomandibulares.

Métodos

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica na base de dados Pubmed, até Outubro de 2012, com as palavras-chave: Botulinum Toxin; Botulinum Toxin and Temporomandibular Disorders; Myofascial Pain.

Critérios de inclusão

Revisões bibliográficas, ensaios clínicos placebo-controlados e randomizados, meta-análises, em língua inglesa. Foram encontrados 81 artigos, dos quais 10 foram selecionados, por apresentarem relevância científica para o objetivo deste poster.

Resultados

A BTX-A, quando utilizada em doses terapêuticas, não é citotóxica. Apresenta como vantagens o alívio da dor em 45-60% dos pacientes e dos sintomas de hiperatividade muscular e de espasticidade. As principais desvantagens são os efeitos adversos (transitórios), duração de ação temporária (média de 3 a 4 meses) e o elevado custo do tratamento.

Implicações clínicas

A toxina botulínica pode ser usada de forma segura no tratamento das desordens temporomandibulares, nas situações em que um tratamento conservador pode não ser eficaz. Porém, são necessários mais estudos para conhecer os possíveis efeitos adversos a longo prazo, e a dosagem mínima necessária para a obtenção de resultados satisfatórios.

Conclusão

Apesar do custo elevado inicial, o uso da BTX-A acarreta uma baixa incidência de efeitos secundários e tem uma substantividade considerável, comparativamente à terapia farmacológica. Contudo, são necessários mais estudos longitudinais para melhor conhecimento do seu mecanismo de ação e eficácia no tratamento das desordens temporomandibulares.