Fenótipo de displasia ectodérmica, uma abordagem interdisciplinar

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Hall dos posters – 21 novembro 2013, 09h30 – Ordem nº

Descrição

Paciente feminina de 20 anos recorreu às consultas de Ortodontia e Genética Orofacial da F.M.D.U.P para resolver o problema estético, relacionado com diastemas e ausência de dentes. Após estudo ortodôntico, verificou-se que a paciente apresentava: terço facial inferior diminuído; persistência do hábito de sução digital e deglutição atípica; endognatia maxilar, microdontia, diastemas, agenesias de 16 dentes, mordida cruzada dos dentes 2.2., 6.3. e 6.4.; dente 4.7. extruído.

A consulta de Genética Orofacial destacou no heredograma a ausência de familiares afetados e episódios recorrentes de hematúria no probando. Realçou a implantação baixa das orelhas, alterações cutâneas e morfologia das unhas. Solicitou estudo ecográfico renal, detetando-se hiperecogenicidades no rim esquerdo, compatíveis com angiomiolipomas. Efetuou-se o diagnóstico clínico de fenótipo de displasia ectodérmica.

A 1ª proposta de tratamento contemplava aparatologia fixa bimaxilar; coronoplastia de adição com resina composta dos dentes 1.2.,1.1.,2.1.,2.2.,3.1. e 4.1.; reabilitação com implantes e prótese sobre os mesmos. Como alternativa, foi proposta coronoplastia de adição com resina composta dos dentes 1.2.,1.1.,2.1.,2.2. e a reabilitação protética removível mandibular. A paciente selecionou a 2ª opção pelas suas condições sócio-económicas.

Discussão

A reabilitação oral destes casos depende do fenótipo presente, recomendando a literatura não só as restaurações com resinas compostas e a prótese removível (Jain et al., 2012; Bhalla et al; 2013), mas também o recurso à ortodontia fixa e implantologia (Suri et al., 2004; Ioannidou-Marathiotou et al., 2010; Koyuncuoglu et al., 2012). A 1ª opção teria permitido uma reabilitação mais estética e confortável para a paciente. A 2ª opção possibilitou a manutenção da dimensão vertical, do espaço, a resolução parcial da estética e não inviabilizou a realização à posteriori da 1ª opção.

Conclusão

O tratamento permitiu satisfazer a estética, o bem-estar e promover a funcionalidade, apesar de não constituir a opção terapêutica ideal.