Importância do diagnóstico precoce de alterações potencialmente malignas – um caso clínico

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Hall dos posters – 21 novembro 2013, 09h30 – Ordem nº

Paciente caucasiano, do sexo masculino, 52 anos de idade, fumador de 40 cigarros/dia e consumidor crónico de bebidas alcoólicas. Surge na consulta de Clínica de Cirurgia e Medicina Oral da FMDUL em Outubro de 2012, encaminhado da consulta externa da FMDUL para avaliação de lesões no ventre lingual.

Identificaram-se lesões leucoplásicas com aspeto de couve-flor na face ventral da língua e pavimento bucal, máculas melanóticas nos bordos linguais, uma úlcera persistente há mais de 2 meses, localizada no pavimento lingual do lado esquerdo, de dimensões 10x15mm, com bordos endurecidos à palpação e hemorragia ao toque. Tendo em consideração as características da lesão ulcerativa o paciente foi encaminhado para o Instituto Português de Oncologia, de Lisboa.

Foram feitas biopsias multifocais e o resultado anatomopatológico revelou, ao nível da úlcera, um carcinoma pavimentocelular (CPC) invasivo, de média diferenciação e displasia grave. Para além disso identificaram-se gânglios linfáticos reativos. Foi realizada glossectomia parcial com margens de segurança de 1cm para excisão da lesão e esvaziamento ganglionar cervical, dos níveis I e II do lado esquerdo e reconstrução cirúrgica da língua.

Discussão

A literatura sugere que os eventos associados às situações de pré-malignidade sejam ativados pelo tabaco. Assim, este deve ser considerado o fator de risco major para estas lesões, seguido do etilismo. Em relação ao tratamento do cancro orofaríngeo, os protocolos terapêuticos consideram quer a cirurgia, quer a radioterapia, de forma isolada, ou em associação, como as modalidades terapêuticas recomendadas.

Conclusões

O aspeto clínico das lesões orais é fundamental na identificação das lesões embora careça de caracterização anatomopatológica. A biopsia deve ser considerada o principal meio complementar de diagnóstico, para qualquer lesão que persista na cavidade oral por um período superior a 14 dias, após a remoção de agentes irritantes da mucosa oral.