Síndrome de Down – a propósito de um caso clínico

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Hall dos posters – 21 novembro 2013, 09h30 – Ordem nº

Descrição

Uma paciente do sexo feminino, com 7 anos e 5 meses de idade, portadora de Trissomia 21, recorreu à consulta de Genética da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, para correção do apinhamento dentário. Verificou-se que o fenótipo era ténue mas a necessidade de intervenção ortodôntica urgente. Foi reencaminhada para o Serviço de Ortodontia da mesma instituição, onde foi avaliada seguindo o protocolo para o tratamento ortodôntico intercetivo.

Após estudo ortodôntico, verificou-se ser uma paciente mesofacial, com padrão esquelético Tipo Classe I. Constatou-se também que apresentava hipoplasia da maxila (com micromaxilia e compressão por endognatia), desarmonia dentomaxilar negativa em ambas as arcadas, torque coronolingual acentuado na arcada mandibular, supranumerários, agenesias dentárias na mandíbula e gengivite. De realçar também a presença de obstrução das vias respiratórias nasais. O plano de tratamento ortodôntico intercetivo apresentado previa uma disjunção rápida maxilar, através do disjuntor de McNamara (planos de mordida de 1,5mm).

Discussão

A hipoplasia maxilar e a obstrução das vias respiratórias são características craniofaciais frequentemente associadas à trissomia 21 (Abanto et al., 2011; Jesuino et al; 2013). A disjunção rápida maxilar, com um disjuntor de McNamara, promove um aumento do perímetro da arcada maxilar, permitindo angariar espaço para um correto alinhamento da dentição. Em simultâneo, o plano de acrílico deste disjuntor liberta a arcada mandibular e promove uma redução do torque dos dentes mandibulares. (Outumuro et al., 2010). Este tipo de aparatologia possibilita ainda o aumento tridimensional das vias aéreas nasais (Pinto de Moura et al., 2005).

Conclusão

O conhecimento das anomalias relacionadas com as alterações genéticas revela-se determinante na identificação precoce de distúrbios de desenvolvimento craniofaciais. As possibilidades terapêuticas atuais permitem a interceção precoce ao nível destas alterações, de forma muito satisfatória não só para os pais como para os pacientes.