Dentes supranumerários múltiplos em paciente não sindrómica – caso clínico

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Hall dos posters – 21 novembro 2013, 09h30 – Ordem nº

Descrição

A presença de dentes supranumerários múltiplos é uma condição rara, estando quase sempre associada a síndromes, tais como o de Gardner, Disostose cleidocraniana ou ainda em pacientes portadores de fenda lábio-palatina. A ocorrência desta anomalia em pacientes não sindrómicos, constitui um fenómeno ainda menos frequente.

O presente trabalho descreve o caso clínico de uma paciente não sindrómica, sexo feminino, caucasiana, 16 anos, em fase ativa de tratamento ortodôntico, enviada ao Serviço de Cirurgia Oral da FMDUP para exodontia de dentes supranumerários. A radiografia panorâmica dos maxilares revelou a presença de múltiplos dentes supranumerários, maxilares e mandibulares. Porque a sua remoção se encontrava indicada, foi solicitada a realização de TAC para um detalhado planeamento cirúrgico.

Discussão

O diagnóstico de hiperdontia é frequentemente resultado de achados radiográficos uma vez que, não raras vezes, esta condição não produz qualquer tipo de sinais ou sintomas. No entanto, a observação de alterações na erupção dentária, ectopia, deslocamento de dentes adjacentes ou diastemas devem alertar o clínico para a possibilidade da ocorrência desta anomalia.

No que respeita à abordagem terapêutica, a remoção cirúrgica destes dentes está indicada quando está prevista a realização de tratamento ortodôntico ou perante evidência sugestiva de patologias tais como lesões quísticas, reabsorções radiculares, alterações na erupção e deslocamento de dentes adjacentes. Na ausência destas condições, ou quando a remoção cirúrgica acarreta um elevado risco para as estruturas anatómicas vizinhas, dever-se-á optar pela sua monitorização.

Conclusão

A presença de dentes supranumerários é uma condição rara e frequentemente assintomática, podendo estes erupcionar ou permanecer inclusos, pelo que um exame clínico minucioso e a realização de exames radiográficos são de extrema importância no diagnóstico precoce. Após confirmação desta anomalia, diversos fatores devem ser tidos em conta no que respeita à sua abordagem terapêutica.