A saúde oral numa população da consulta da grávida da FMDUP

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Hall dos posters – 21 novembro 2013, 17h30 – Ordem nº

Introdução

Diversas organizações mundiais recomendam intervenção médico-dentária na gestação (American Congress Obstetricians and Gynecologists, American Dental Association, American Academy Pediatrics). Nesse âmbito, a cárie dentária e a patologia periodontal constituem foco de investigação recente. A cárie centra-se na transmissão mãe-filho (Kloetzel et al.,2011) e a patologia periodontal na relação com complicações gestacionais (Chaparro et al., 2012; Mesa et al., 2012).

Os objetivos deste estudo consistiram na caracterização da saúde oral de grávidas de uma população da Consulta da Grávida da FMDUP (CG-FMDUP) e na avaliação da associação de aborto com diferentes fatores.

Materiais e métodos

O estudo transversal observacional centrou-se numa população de grávidas, do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia (CHVNG) seguidas pela CG-FMDUP. Quinze mulheres foram selecionadas aleatoriamente, tendo sido determinadas as variáveis através da avaliação e registo clínicos. A análise estatística utilizou o SPSS Statistics (21.0, IBM®,USA), métodos gráficos, tabelas de frequências e o teste exato de Fisher (evidência estatística, p <0,05).

Resultados

38,5% (IC 95% [13,9%, 68,4%]) das gestantes possuía 1 a 3 dentes cariados e 30,8% (IC 95% [9,1%, 61,4%]) tinham 4 a 9 dentes cariados; 15,4% apresentavam indicação de extração (IC 95% [1,9%, 45,4%]). Na avaliação periodontal verificou-se que 69,2% (IC 95% [6,9%, 90,9%]) das gestantes apresentavam patologia periodontal. 30,8% (IC 95% [9,1%, 61,4%]) das grávidas eram fumadoras, nenhuma consumia álcool ou possuía diabetes gestacional e 38,5% (IC 95% [13,9%, 68,4%]) sofria de outras patologias sistémicas. Não existia associação estatisticamente significativa entre o aborto espontâneo e a história de doença genética/hereditária familiar (valor p = 0,510).

Conclusões

Nesta população as lesões de cárie dentária e a doença periodontal constituíram as principais patologias de ordem médico-dentária. Não se encontrou associação estatisticamente significativa entre o aborto espontâneo e a história de doença genética/familiar. Revelam-se necessários, no entanto, estudos mais vastos nesta área.