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As crenças e atitudes dos pais sobre a saúde oral podem influenciar, de modo positivo ou negativo, a saúde oral das crianças. O seu estudo é interessante pela sua relação com a promoção da saúde, pela contribuição para a identificação de indivíduos ou grupos de risco e da necessidade de estratégias de intervenção. O questionário “Crenças e atitudes dos pais sobre a cárie precoce da infância” tem vindo a ser utilizado em vários países, explorando o contributo destas variáveis para a saúde oral infantil.
Objetivo
Validação para a população portuguesa do questionário “Crenças e atitudes dos pais sobre a cárie precoce da infância”.
Metodologia
O questionário apresenta três escalas: prevenção da cárie, alimentação e escovagem dos dentes. Foi realizada a tradução-retroversão do questionário e o seu conteúdo foi avaliado por um painel de peritos. Os estudos psicométricos das escalas foram realizados numa amostra representativa de 455 pais de crianças com idades entre os 3 e 5 anos, que frequentavam jardins-de-infância do Distrito de Lisboa.
A validade de constructo foi avaliada recorrendo à análise da estrutura do questionário, procedendo-se à análise dos itens, correlação item-total e inter-itens e análise factorial. A precisão do questionário foi avaliada com base na consistência interna (α Cronbach).
Resultados
A versão portuguesa do questionário apresentou uma estrutura factorial semelhante à dos estudos originais. Encontraram-se diferenças na escala da escovagem, com uma distribuição dos itens por dois e não por três factores. A consistência interna das escalas também se verificou semelhante à das escalas originais, variando entre 0,53 a 0,85. Os valores mais baixos da consistência interna foram considerados aceitáveis devido ao reduzido número de itens desses factores.
Conclusões
A versão portuguesa do questionário demonstrou um bom comportamento na população estudada, respeitando os fundamentos teóricos que orientaram a construção das escalas originais.