Caraterização de saúde oral de utentes beneficiários do rendimento social de inserção

Póster > Investigação > Medicina Dentária Preventiva

Hall dos posters – 21 novembro 2013, 14h30 – Ordem nº

Objetivo

Caracterizar o estado de saúde oral, hábitos de higiene e comportamentos relacionados com a saúde oral numa população beneficiária do Rendimento Social de Inserção (RSI) da zona oriental da cidade do Porto.

Métodos

Os participantes foram submetidos a um exame clínico e a um questionário, por entrevista. Foram utilizados três índices dentários: CPOD, Índice Periodontal Comunitário (IPC) e o Índice de Higiene Oral Simplificado (IHO-S).

Resultados

A amostra foi constituída por 152 indivíduos, sendo a maioria do sexo feminino (67,8%). A mediana encontrada para o índice CPOD foi de 16,50 (AIQ 11,00). Na avaliação da situação periodontal apenas 4,93% não apresentava qualquer sinal de doença. A higiene oral foi classificada como má (média 3,52 ± 1,24). 63,6% dos participantes declararam ser fumadores, sendo a mediana de consumo de 12 cigarros por dia. 20,4% dos participantes não escova os dentes diariamente, e apenas 32,9% escovam duas vezes por dia, sendo que 92,8% nunca utilizam métodos adicionais de higiene oral. Apenas 14,5% dos participantes visitavam o médico dentista uma vez por ano.

A principal causa para, no último ano, não ter consultado o médico dentista (66,4%) foi o preço elevado das consultas (47,4%). Observou-se também que quanto maior o número de anos a que os participantes se encontram a receber o rendimento, maior o consumo tabágico, o número de dentes cariados e a irregularidade às consultas médico-dentárias (p=0,05). Quanto pior a condição da higiene oral dos participantes, pior a sua auto-caraterização de saúde oral (p<0,01).

Conclusão

A amostra estudada apresentou elevado índice de cárie e de dentes perdidos, número reduzido de tratamentos dentários e a presença de problemas periodontais. Foi também perceptível uma higiene oral deficiente e uma baixa frequência de consultas médico-dentárias. Impacto clinico – Este estudo evidencia a necessidade de atuação no âmbito educativo, preventivo e curativo nesta população.