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Introdução

Quando introduzimos um material “not self” num organismo vivo, é natural que haja uma reação do hospedeiro que compreende várias fases, entre elas a fase de inflamação. Quando executamos procedimentos clínicos de regeneração óssea, com utilização de osso xenógeno ou sintético, é isso que acontece. Numa perspetiva de análise do local implantado, existem evidências científicas do aumento na concentração de alguns mediadores inflamatórios. No entanto, desconhece-se o que acontece a nível sistémico.

Objetivo

Avaliar se existem diferenças sistémicas (através de análise sanguínea) em dois mediadores inflamatórios – TNF-α e IL-6, através de análise de expressão genética, avaliada pelos níveis de transcritos, após a utilização de um material xenógeno porcino.

Materiais e métodos

Foram utilizados 10 ratos Wistar de 12 semanas de idade. Previamente ao procedimento de implantação do biomaterial, foi colhido sangue periférico através da veia da cauda. Foi feita a implantação do biomaterial em tecido muscular e, após 8 dias, efetuada nova colheita de sangue. Foi extraído o RNA total das amostras e analisados os parâmetros de pureza, integridade e qualidade, após o que foi realizada a síntese de cDNA por transcrição reversa. Os níveis de transcritos foram avaliados por PCR em tempo real.

Resultados

Os resultados do presente estudo mostram que existe um aumento sistémico inequívoco dos dois mediadores inflamatórios, após o procedimento de implantação do material, quando comparados com os níveis existentes antes do procedimento, para o mesmo animal (p=0,0003 para a IL-6 e p=0,0006 para o TNF-α).

Conclusão

Os procedimentos de regeneração óssea executados num local específico do organismo parecem libertar mediadores inflamatórios para a corrente sanguínea, passíveis de serem detetados com franca alteração da expressão genética.

Implicações clínicas

Estes resultados contribuem para um melhor entendimento das possíveis repercussões a nível sistémico global das intervenções realizadas pelos médicos dentistas.