Revascularização pulpar: relato de um caso clínico

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Auditório VIII – 21 novembro 2013, 14h30 – Ordem nº

Descrição

O protocolo de revascularização foi aplicado a um incisivo central superior (21) permanente imaturo de uma criança com 12 anos, do sexo masculino, com história de traumatismo aos 8 anos. O exame clínico e radiográfico realizado na primeira consulta revelou a presença de necrose pulpar. Após isolamento absoluto e acesso coronário, foi feita a recolha do exudado pulpar para análise microbiológica.

O sistema canalar foi lenta e suavemente irrigado com 10 mL de NaOCl 2,5%, com agulha de saída lateral inserida no terço apical. Após secagem, foi colocada uma pasta biantibiótica (ciprofloxacina/metronidazol, em proporção de 1:1) até à junção amelocementária (JAC), usando um Lêntulo. Após duas semanas, o dente foi anestesiado sem vasoconstritor e isolado.

A medicação foi removida através de uma irrigação lenta com soro fisiológico. Procedeu-se à indução de hemorragia com lima K20, por disrupção dos tecidos apicais e periapicais, permitindo a estabilização do coágulo para apical da JAC. Após estabilização do coágulo, colocou-se uma barreira cervical de MTA, procedendo-se à restauração com ionómero de vidro e, posteriormente, com resina composta. Os controlos radiográficos Foram realizados aos 3, 6 e 12 meses.

Discussão

Apesar da inexistência de um protocolo padrão nos procedimentos de revascularização esta abordagem conservadora deverá ser a primeira a considerar no tratamento de dentes permanentes com necrose pulpar, com ou sem PA, com ápice imaturo (>=1mm). Ao contrário da apexificação, a revascularização permite a continuação do desenvolvimento radicular. É de salientar que a utilização da pasta biantibiótica pretende eliminar a possibilidade de pigmentação pela minociclina.

Conclusões

Os procedimentos de revascularização quando bem-sucedidos permitem uma melhoria no protocolo de tratamento de dentes permanentes com necrose pulpar e ápice imaturo, permitindo a continuação do desenvolvimento radicular. Há assim, quando comparado com outros tratamentos, uma melhoria do prognóstico a longo prazo.