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Descrição do caso clínico

Paciente do sexo feminino, 30 anos, que pretendia melhorar a estética dos seus dentes. Já havia sido tratada com restaurações directas com compósito mas o resultado foi sempre insatisfatório. Na análise do sorriso apresentava os dentes superiores anteriores escuros e com manchas, particularmente o dente 21, mordida cruzada de todos os dentes do 2º quadrante e corredores vestibulares vazios.

Constatou-se a ausência de 2 dentes inferiores, mas a paciente queria tratar este último aspecto só mais tarde. Após estudo ortodôntico, telerradiografia e ortopantomografia foi-lhe proposta disjunção maxilar cirurgica para descruzamento da mordida, mas a paciente recusou.

Optamos por efectuar branquamento interno do dente 21, restauração do mesmo sem recurso a espigão intrarradicular, remoção das restaurações deficientes em compósito dos restantes dentes superiores e realização de 10 facetas de cerâmica feldspática de 15 a 25, tendo-se assim descruzado a mordida, obtido guias caninas bilaterais e guia incisiva e melhorado bastante o aspecto estético.

Discussão

Embora a opção cirúrgica fosse mais adequada para descruzar a mordida, a alternativa por facetas cerâmicas conseguiu atingir os objectivos iniciais da paciente e do ponto de vista clinico teve a grande vantagem de atingir esse fim de forma mais rápida e menos invasiva.

Os dentes foram sujeitos a uma preparação muito conservadora. O protocolo de preparação dos dentes utilizado foi o preconizado pelo Prof Pascal Magne, embora com adaptações.

A técnica e o material de adesão utilizados, nomeadamente o compósito microhibrido aquecido parecem permitir obter forças de adesão muito elevadas.

Conclusão

A utilização de facetas para realizar “ortodontia imediata” não é unanimemente aceite na literatura. Necessita-se de comprovar o sucesso deste caso com o follow up maior que o actual que é de 8 meses. No entanto o resultado final é bastante satisfatório.