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A instrumentação de canais com curvaturas representa um desafio na área da endodontia, uma vez que, aumenta o risco de fractura de limas ou de procedimentos iatrogénicos.

Com este poster pretendemos apresentar dois casos clínicos de molares de diferentes pacientes com duplas curvaturas, nomeadamente um segundo molar superior esquerdo e um primeiro molar inferior esquerdo. Ambos os casos foram diagnosticados com pulpite irreversível pelo que se procedeu aos respectivos tratamentos endodônticos.

A negociação inicial foi realizada com limas K de calibre 8 e 10, com as quais verificamos a permeabilidade dos canais e a existência das duplas curvaturas, nomeadamente no canal disto-vestibular do 2.7 e em ambos canais mesiais do 3.6.

Procedeu-se ao seu glide path até uma lima de calibre 13 para de seguida se iniciar a instrumentação rotatória com limas de Ni-Ti. Utilizaram-se os sistemas Mtwo® e Profile® para a instrumentação dos canais com dupla curvatura e o sistema Thermafil® para a sua obturação.

Para os restantes canais recorreu-se ainda ao sistema Protaper® para a instrumentação e a uma obturação iniciada pelo down pack com sistem B®, seguindo-se o back fill com obtura III®. Ambos os casos foram reabilitados com espigões de fibra de vidro e coroas cerâmicas.

Discussão

Os casos endodônticos que apresentam duplas curvaturas têm que ser abordados com cuidados adicionais nomeadamente instrumentados com limas de grande flexibilidade e calibres pequenos, assim como, obturados com uma técnica que permita o selamento tridimensional nas curvaturas.

Conclusão

Apesar dos tratamentos endodônticos com duplas curvaturas apresentarem um grau de dificuldade acrescido, o que os torna num desafio, com os sistemas de instrumentação rotatória e obturação que temos ao nosso dispor, é possível obter um tratamento endodôntico que preserva a anatomia original dos canais, assim como permite uma correcta acção dos irrigantes garantindo o sucesso do tratamento.