Revisão narrativa de ensaios clínicos de restaurações posteriores indirectas com compósitos

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Galerias do Pavilhão 2 (Expo-Dentária) – 11 Novembro , 14h30-16h00 – Ordem nº

Universidade Fernando Pessoa

Introdução e objectivos

A restauração indirecta com compósitos constitui uma alternativa técnica aquando da reabilitações dos dentes posteriores em determinadas condições clínicas. Este trabalho pretende efectuar uma revisão bibliográfica narrativa dos resultados da avaliação de desempenho clínico de restaurações indirectas com compósitos em dentes posteriores.

Métodos

Foi efectuada uma pesquisa bibliográfica na Pubmed/Medline, utilizando como palavras-chave: “clinical trial AND composite inlays”, “indirect composite resin”. Definiu-se como critérios de inclusão, publicações de ensaios clínicos randomizados acerca da avaliação e comparação do desempenho (percentagem de sucesso; critérios USPHS) de restaurações indirectas com compósitos, publicados entre os anos 1999-2011.

Resultados

Dos 15 artigos de ensaios clínicos randomizados seleccionados, 3 comparam o desempenho das restaurações por períodos entre 1-2 anos, obtendo níveis alfa (aceitabilidade clínica excelente) em 85%-100% das restaurações.

Seis ensaios avaliaram as restaurações por 3 anos, com taxas de sucesso entre os 56%-97,4%. Três ensaios clínicos referem-se a períodos de observação de 4-6 anos, com taxas de sucesso entre os 82,6%-93%.

Ao fim de 7, 10 e 11 anos, três ensaios mostram aceitabilidade clínica satisfatória (nível bravo) das restaurações, com taxas variáveis entre 50%-88%.

Estes estudos mostram heterogeneidade na metodologia de investigação relativamente à amostra, inclusão de participantes, materiais e técnicas indirectas estudadas, número/calibragem dos examinadores, análise estatística.

A evidência clínica sugere comportamentos semelhantes das restaurações nos dentes posteriores, com técnicas indirectas e directas.

Conclusões

Os resultados de ensaios clínicos registam desempenhos aceitáveis das restaurações indirectas com compósitos, em períodos não superiores a 11 anos. A escassez de publicações aliada aos curtos períodos de avaliação dificulta a análise da eficácia destas reabilitações. São necessários estudos com uniformidade metodológica de avaliação e com períodos de avaliação mais longos.

Implicações clínicas

A restauração indirecta em dentes posteriores pode ser um procedimento restaurador competitivo às técnicas directas, quando considerado o desempenho clínico das reabilitações.