Anticoagulantes na cirurgia oral: o que fazer?

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Galerias do Pavilhão 2 (Expo-Dentária) – 11 Novembro , 14h30-16h00 – Ordem nº

Universidade de Coimbra

Objectivos

Actualmente, é substancial o número de doentes hipocoagulados que frequentam as consultas de Medicina Dentária. Como tal, é preciso que o Médico Dentista (MD) esteja consciente e actualizado do risco trombótico individual para exercer o tratamento médico adequado a cada doente.

Assim, pretende-se, analisar e expor com clareza, segundo a literatura médico-científica disponível, as medidas terapêuticas a concretizar, tal como as guidelines actualizadas.

Métodos

Revisão bibliográfica baseada em artigos de relevância científica pesquisados na Pubmed/Medline; B-On/Ebsco entre 2000-2011, com as palavras chave: “Anticoagulants”, “Oral Surgery” e “Clinical Indications”.

Resultados

Existem diversas doenças, (fibrilhação auricular, tromboembolismo venoso, enfarte do miocárdio,…) que apresentam alterações da hemostase. Estudos randomizados recentes revelam que indivíduos passam mais tempo com ratios abaixo do nível terapêutico recomendado, do que acima, devido ao risco sobrestimado de hemorragia associado a anticoagulantes orais.

Existem escassos estudos do risco combinado para o INR entre 3 a 4. Contudo, estudos aleatórios prospectivos remetem para a importância de ácido tranexâmico e aminocapróico como soluções de controlo hemorrágico no pós-operatório.

Conclusões

Na Medicina Dentária não existe nenhum caso bem documentado de hemorragia séria em doentes após cirurgia oral, sem suspensão de medicação anticoagulante, com o INR no intervalo terapêutico.

Apenas são descritas complicações embólicas sérias, algumas com desfecho fatal, em casos de interrupção da terapêutica, pelo que os Médicos Dentistas são aconselhados a executar práticas cirúrgicas na cavidade oral com INR<2.

Implicações clínicas

O risco de hemorragia associado a extracções dentária em doentes que não fazem terapia anticoagulante é, aproximadamente, 1%, ao passo que as complicações embólicas nos doentes hipocoagulados que interrompem a terapêutica surgem numa probabilidade 3 vezes superior.