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Universidade do Porto
Introdução
A grelina, ligando endógeno para o receptor da hormona de crescimento, expressa-se nas células X/A like das glândulas oxínticas do epitélio gástrico, e liga-se a receptores específicos presentes nos osteoblastos. Estudos realizados apontam para a existência de um efeito da grelina a nível do metabolismo ósseo, principalmente na proliferação osteoblástica e na expressão de biomarcadores da formação óssea.
Objectivo
Avaliar a influência da grelina na osteoclastogénese em culturas de células humanas precursoras de osteoclastos (PBMC).
Materiais e métodos
As células precursoras de osteoclastos foram isoladas a partir de sangue humano e foram semeadas na presença de diferentes concentrações de grelina (0.01-100 nM).
O comportamento celular foi avaliado aos dias 7, 14 e 21 no que respeita à quantificação da actividade da fosfatase ácida resistente ao tartarato (TRAP), da presença de células multinucleadas positivas para a TRAP, presença de células multinucleadas com anéis de actina e expressão de receptores da vitronectina e calcitonina e actividade de reabsorção de uma camada de fosfato de cálcio.
Resultados
Verificou-se que a diferenciação osteoclástica foi inibida por acção da grelina, sendo que esse efeito adquiriu relevância estatística a partir da concentração de 1 nM grelina. A partir desse valor, a inibição observada foi dependente da concentração da hormona.
A percentagem de inibição da reabsorção de fosfato de cálcio em culturas tratadas com 1nM grelina foi de cerca de 27%.Os resultados que apresentaram p ‹0,05 e IC a 95% foram considerados estatisticamente significativos.
Conclusão
A diferenciação e actividade osteoclástica são afectadas negativamente pela presença da grelina.
Implicações clínicas
A caracterização dos efeitos celulares e moleculares da presença da hormona em células ósseas humanas permitirá uma melhor compreensão dos efeitos da mesma ao nível do metabolismo ósseo.