Póster > Investigação > Medicina Dentária Preventiva
No âmbito da admissão à Academia Militar realiza-se anualmente uma Junta Hospitalar de Inspecção para aferir a aptidão física dos candidatos.
Em 2010,a partir dos resultados recolhidos elaborou-se um estudo cujos objectivos são: determinação da prevalência de patologia oral, frequência de tratamentos realizados e caracterização dos hábitos promotores de saúde oral.
Os dados, recolhidos por diversos dias sob a forma de inquérito anónimo constituído por um odontograma e um questionário sobre hábitos de higiene e saúde oral, foram preenchidos por três médicos dentistas sujeitos a calibração intra e inter-examinadores (k=0,70).
Para a observação intra-oral utilizaram-se kits descartáveis, compostos por sonda, espelho e pinça, sem se recorrer a meios complementares de diagnóstico. Para este estudo transversal observou-se a população de candidatos durante o mês de Setembro do ano transacto, que correspondeu a 475 indivíduos de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 17 e os 24 anos.
No tratamento dos dados recorreu-se à estatística descritiva. Verificou-se a frequência de 56% de candidatos com cárie, 8% com gengivite e 23% com mal-oclusão. Uma distribuição de CPO entre 0 (n=8) e 29 (n=1), com moda 4 (n=59).
O principal tratamento encontrado foi a exodontia (x=2.56) seguido de obturação a compósito (x=2.44). A maioria dos sujeitos relatou pelo menos duas idas ao dentista no último ano (f=71%) e 7% referiu escovar os dentes menos que 2 vezes/dia.
Apesar dos relatos de hábitos de higiene orais e consultas no dentista, o estado de saúde oral não é satisfatório, tendo em conta que irá ser uma população activa e com elevada operacionalidade que não pode ficar comprometida.
Pela amostra aleatória apresentada da população portuguesa nesta faixa etária, considera-se que é preciso mais investigação epidemiológica para melhor caracterizar as suas necessidades de tratamento.