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Universidade Fernando Pessoa

O edentulismo é uma sequela física com significativos impactos psicológicos e sociais. O Oral Health Report de 2010 indica que apenas 41% dos europeus tem todos os dentes naturais, 32% apresenta pelo menos 20 dentes (o funcionalmente básico) e 7% não apresenta qualquer dente na boca, por outro lado, a reabilitação protética apenas existe em 31% dos indivíduos.

Este problema de saúde afecta em grande escala a população portuguesa e em particular os idosos, mas nem sempre tem sido prestada a devida atenção a este fenómeno, mesmo quando este edentulismo esteja na origem de outras queixas clínicas.

O objectivo deste estudo foi determinar a prevalência de edentulismo e respectivas necessidades de reabilitação oral numa população idosa representativa dos frequentadores dos Centros de Dia do concelho de Castelo de Paiva.

Foram utilizados os critérios de observação indicados para este tipo de estudos epidemiológicos pela OMS. O teste de qui-quadrado permitiu a análise de significância entre as proporções encontradas. Todos os dados foram estatisticamente analisados através IBM SPSS 19.0.

Foram observados 127 indivíduos com idade superior a 60 anos, dos quais 69,3% do sexo feminino. Em 99,2% dos indivíduos havia perda de peças dentárias sendo que 77,2% tinham menos de 20 dentes e 20,4% dos indivíduos são edentulos totais. Verificou-se diferenças estatisticamente significativas entre o facto de ser do sexo feminino e ter ausência total de dentes.

O acompanhamento, ao longo da vida, das alterações das estruturas orais constitui um pilar essencial para a manutenção e equilíbrio da saúde geral do idoso. Torna-se pertinente uma abordagem clínica do idoso numa perspectiva holística, sendo fundamental a promoção da multidisciplinariedade das diversas áreas médicas no processo do envelhecimento, com vista a reduzir o risco de edentulismo e minimizar os impactos do mesmo da saúde do idoso.