Póster > Investigação > Dentisteria Operatória
Universidade do Porto
Introdução e objectivos
Algumas alterações nas técnicas de restauração e o desenvolvimento de novos materiais, nomeadamente na área de dentisteria, permitiram a realização de preparações de cavidades mais conservadoras privilegiando as resinas compostas. A utilização de resinas compostas em restaurações a nível dos dentes posteriores, especificamente em classes II, coloca algumas questões, visto ser um material de difícil manuseamento, o que dificulta a obtenção de um ponto de contacto adequado. O objectivo deste estudo, é avaliar a eficácia do ponto de contacto, nas restaurações proximais de dentes posteriores, realizado com diferentes materiais restauradores avaliando as possíveis consequências de um ponto de contacto desadequado.
Metodologia
Seleccionou-se, aleatoriamente, uma amostra de 30 pacientes, da clínica da FMDUP, que apresentavam pelo menos uma restauração proximal em molares e pré-molares, realizada com um dos seguintes materiais: compósito, amálgama e cerâmica. Para o efeito recorreu-se a uma ficha que continha um inquérito constituído por 15 questões de resposta fechada e um formulário próprio para registo do exame clínico onde se utilizou o fio dentário. A análise estatística foi realizada através do software PASW® Statistics 18 SPSS.
Resultados
Dos pontos de contacto não eficazes, 57,9% (n=22) foram realizados com resina composta e dos pontos de contacto eficazes, 78,9% (n=15) foram realizados com amálgama. Foi encontrada uma menor eficácia, estatisticamente significativa, nos pontos de contacto realizados com resinas compostas quando comparada com os realizados com amálgama (p<0,05). A impactação alimentar (p<0,05) e a hemorragia gengival (p<0,05) mostraram uma relação estatisticamente significativa com a menor eficácia do ponto de contacto.
Conclusões
A técnica para as restaurações proximais de dentes posteriores com resinas compostas deve ser aprimorada no sentido de se melhorar o ponto de contacto e evitar repercussões negativas nos espaços interproximais. Implicações clínicas: alertar os profissionais para a importância do ponto de contacto.