Patologia quística e tumoral dos maxilares - 20 anos de série de casos
Comunicação de investigação em patologia oral, por Mónica Sofia Pereira Lourenço, Filipe Marinho Freitas, Cecília da Conceição Casaca, João Manuel Aquino Marques e João Manuel Mendes Caramês
Introdução: Estudos prévios são homogéneos acerca da prevalência de quistos mas não de tumores. Este estudo visa descrever a prevalência de lesões dos ossos maxilares na população portuguesa utilizando a recente classificação da Organização Mundial de Saúde, 2017, e comparar os resultados com a literatura.
Materiais e Métodos: Realizou-se um estudo observacional descritivo de uma série de casos de 20 anos. Foram recolhidos o género, idade, localização, tipo de biópsia, diagnóstico clínico e histopatológico, submetendo-se os dados ao teste Qui-Quadrado, com um intervalo de confiança de 95 % (p≤0,005).
Resultados: Das 979 biópsias, foram encontradas 201 lesões dos maxilares: 84% Quistos, 12% Tumores Odontogénicos, 2% de Tumores Ósseos e Outras Lesões e apenas 1 lesão maligna.
O Quisto Radicular foi o mais comum (57,7%), seguido do Quisto Dentígero (12,4%), Odontoma (8%) e Granuloma Periférico de Células Gigantes (4%).
Da segunda à quarta décadas de vida, bem como na região posterior da mandíbula (44,8 %), registou-se maior prevalência de lesões.
Discussão: A prevalência de quistos foi semelhante à literatura. A prevalência de tumores foi superior. Contudo, a maioria dos estudos utiliza diferentes critérios de classificação, dificultando a comparação de resultados.
Conclusão: O Quisto Radicular e o Quisto Dentígero foram os quistos mais frequentes, o Granuloma Periférico de Células Gigantes a lesão não odontogénica mais comum, e o Odontoma o tumor mais encontrado.
Implicações Clínicas: Apesar da patologia ser sobretudo benigna, a prevalência de lesões potencialmente agressivas reforça a importância do diagnóstico precoce.
Palavras-chave: Epidemiologia; Tumores Odontogénicos; Quistos Odontogénicos; Quisto Radicular