Patologia quística e tumoral dos maxilares - 20 anos de série de casos

Comunicação de investigação em patologia oral, por Mónica Sofia Pereira Lourenço, Filipe Marinho Freitas, Cecília da Conceição Casaca, João Manuel Aquino Marques e João Manuel Mendes Caramês

Autores
Mónica Sofia Pereira Lourenço Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa
Filipe Marinho Freitas Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa
Cecília da Conceição Casaca Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa
João Manuel Aquino Marques Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa
João Manuel Mendes Caramês Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa
Sala 1, 08/11/2018 (12h30), comunicação nº7 Candidato a prémio

Introdução: Estudos prévios são homogéneos acerca da prevalência de quistos mas não de tumores. Este estudo visa descrever a prevalência de lesões dos ossos maxilares na população portuguesa utilizando a recente classificação da Organização Mundial de Saúde, 2017, e comparar os resultados com a literatura.

Materiais e Métodos: Realizou-se um estudo observacional descritivo de uma série de casos de 20 anos. Foram recolhidos o género, idade, localização, tipo de biópsia, diagnóstico clínico e histopatológico, submetendo-se os dados ao teste Qui-Quadrado, com um intervalo de confiança de 95 % (p≤0,005).

Resultados: Das 979 biópsias, foram encontradas 201 lesões dos maxilares: 84% Quistos, 12% Tumores Odontogénicos, 2% de Tumores Ósseos e Outras Lesões e apenas 1 lesão maligna.
O Quisto Radicular foi o mais comum (57,7%), seguido do Quisto Dentígero (12,4%), Odontoma (8%) e Granuloma Periférico de Células Gigantes (4%).
Da segunda à quarta décadas de vida, bem como na região posterior da mandíbula (44,8 %), registou-se maior prevalência de lesões.

Discussão: A prevalência de quistos foi semelhante à literatura. A prevalência de tumores foi superior. Contudo, a maioria dos estudos utiliza diferentes critérios de classificação, dificultando a comparação de resultados.

Conclusão: O Quisto Radicular e o Quisto Dentígero foram os quistos mais frequentes, o Granuloma Periférico de Células Gigantes a lesão não odontogénica mais comum, e o Odontoma o tumor mais encontrado.

Implicações Clínicas: Apesar da patologia ser sobretudo benigna, a prevalência de lesões potencialmente agressivas reforça a importância do diagnóstico precoce.

Palavras-chave: Epidemiologia; Tumores Odontogénicos; Quistos Odontogénicos; Quisto Radicular